Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vou e vollta

       Vou e volto
       Dou voltas e reviravoltas
       Saltos dentro de mim
       Sem sentir se são voltas ou reviravoltas
       Sei que vou andando, ou caminhando, nem ao físico obedecendo
       Num bem estar de águas mornas
       Sem sentir qualquer desgosto ou solidão
 
       Sigo aquele apelo de procurar o que tenho de bom dentro da memória
       E aquele desejo insano de escrever
       Alguma daquelas "cartas de amor,como as outras, ridículas(*)"
       Como disse o maior poeta do mundo
       E a tamanha vontade de dar voltas e reviravoltas atrás, no tempo
       E dar comigo sentado num café de Lisboa
       E ler, em primeira mão uma quadra, que ele acabou de escrever:      
                
       "Há luz no tojo e no brejo
            Luz no ar e no chão
        Há luz em tudo que vejo,
            Não no meu coração.(*)"

                                                                  (*)Fernando Pessoa(1888-1935)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Falando de gavetas

        Na segunda mensagem que escrevi neste blog eu disse,de minha inteira autoria e responsabilidade :  eu sou como aquelas gavetas, que quando as queremos abrir, à primeira encravam, à segunda entortam e à terceira lá vêm para cá.
        Sempre gostei de abrir gavetas, em particular nos móveis antigos.E de pesquisar os lugares e recônditos das casas onde eu vivia. Os meus avós tinha um sótão enorme na sua casa. Subíamos para lá por uma escada íngreme, sem luz, de degraus muito altos, cada qual rangendo uma nota diferente. Lá em cima, por umas frestas finas entrava alguma luz por uns ténues raios povoados de poeira. E eu pesquisava o espólio existente começando sempre pelo berço de canas, como o chamavam lá em casa. Estava suspenso nas pontas em dois eixos assentes em duas colunas verticais de canas e sobre esses eixos o berço movia-se para embalar a criança. Um berço de um metro de comprimento, que sempre me fazia pensar porque o teriam feito tão comprido. Tinha sido o berço da minha avó, da minha mãe e  eu e dois dos meus irmãos, também lá fomos embalados.
        Um dia, com a costumada curiosidade infantil dos meus sete anos de idade, perguntei à minha avó :
              - Oh avó porque é que aquele berço que está  no sótão é tão comprido, é o maior berço que eu já vi?
              - Olha menino, é muito comprido para caber lá a língua dos meninos, tão compridas como a tua !
        O meu Pai, que sempre tinha uma resposta raziável para o que lhe perguntavam, disse-me que o berço de canas era assim de comprido para os bébés se mexerem e refastelarem à vontade.
        A minha avô, como todas as avós que eu conheci, era orgulhosamente incapaz de dizer "não sei !".           

Uma credora que eu tenho

       Chama-se Marta.Estou pagando-lhe uma parte da minha dívida recomendando a quem gosta de ler boas mensagens que vejam o seu blog  www.há vida em Marta.com  Ficarão com mais uma credora.
       O que ela escreve vale muito, não se lê todos os dias.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Coisas simples

 Como complicamos a vida sem reparar na beleza das coisas simples.

sábado, 21 de agosto de 2010

       Muito referimos, muito empregamos na escrita,  temas que em todas as épocas foram a base de dramas, comédias, novelas e poesias : o amor, a paixão,o drama, a felicidade,a traição, a fantasia, a criatividade.E outros, muitos outros.
       No entanto existem assuntos que são desenvolvidos de forma mais rara no teatro e na literatura, nas telenovelas, embora por vezes apareçam como elementos que enriquecem algumas cenas dos filmes ou de situações nos enredos que o escritor cria.: as dificuldades sofridas pelos personagens, surpresas surgidas com maior ou menor oportunidade, atitudes insólitas e pouco prováveis modificando por completo o rumo da vida de cada um.
        No fim de contas a vida que percorremos também, é assim mesmo. Que na aparência se resumiu, para os outros a uma história vulgar, de uma mulher ou de um homem vulgares, mas que na realidade foi recheada de acontecimentos só conhecidos dos próprios, e que quase sempre ocupam um lugar priveligeado e importante nas suas memórias.
        E que raramente entra nas nossas conversas.  

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Ainda Pascal

         São com frequência muito empregues as expressões "grão de areia de Pascal" e "abismo de Pascal" . A primeira refere o grão de areia que se introduziu na uretra de Cromwell, provocando a sua morte e impedindo que desferisse um golpe profundo em toda a cristandade  e na família real. A outra expressão, referindo-se às alucinações que Pascal sofria após um acidente que sofreu em Paris, usa-se hoje, para referir a dificuldade de alguns problemas sociais e morais.
         E outra citação, de autoria de Pascal :
            " Nenhuma outra religião, a não ser a cristã, conheceu que o homem é a mais excelente criatura, e ao mesmo tempo, a mais miserável".
          Prometo não citar mais Pascal,deixo-o para o "Faço tenção" depois de ali terminar as citações do padre António Vieira. As por mim escolhidas nos seus sermões. Porque decerto ele pronunciou muitas mais, dignas de citar, durante a sua vida.                      .  

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pascal

     Pascal foi um daqueles homens, mencionados numa mensagem deste blog, no dia 10 deste mês que morrendo muito novo, apenas com 39 anos de idade, certamente desapareceu porque seria muito mais útil noutro lugar do Universo. Foi um indivíduo excepcional nas matemáticas, descobriu as bases da geometria euclidiana : apenas com dezasseis anos escreveu um tratado que foi considerado o mais importante depois de Arquimedes, tendo-o Descartes elogiado profusamente. Aos dezoito anos de idade, inventou uma máquina de calcular, descobriu diversas leis da física, publicou matéria sobre o cálculo das probabilidades, e nas letras publicou pensamentos filosóficos e novidades, na lógica.
    Eis uma citação de sua autoria, cujos dois primeiros períodos são muito conhecidos
:
          " O coração tem suas razões, que a razão não conhece : sabe-se isso em mil coisas."