Quando alguém quer comunicar comigo pelo telefone, este avisa-me com uma melodia suave.Que me diminui a contrariedade pela interrupção da tarefa em que estava empenhado ou o temor pelo que me vão pedir, avisar ou incomodar. Pelas inúmeras "tangas" que me tentam impingir pelo telefone, criei essa esperança negativa, quando oiço o telefone "melodiar". O telefone deve servir-nos, não deve servir para que outros se sirvam de nós, explorando-nos ferindo a nossa boa fé e boa esperança, estragando o dia. Não deve servir para alimentar o nosso depósito de precauções, que, quanto mais cheio, mais preocupações
influenciam o nosso subconsciente.
Há dias uma menina de voz muito simpática, telefonou-me, disse chamar-se Ana Dias (aí começa a mentira, nunca dizem o nome verdadeiro), e depois de me perguntar se queria habilitar-me a ganhar dez mil euros (eu já estava avisado desta vigarice), pediu-me mais elementos e no fim com a justificação de que me enviariam o prémio para a minha morada, pediu-me os meus endereços, postal e de email. Entrei no jogo, dei-lhe um endereço falso de email e disse que morava na avenida das forças armadas 14-4º dt ou outra qualquer,diferente da minha, reforçando a resposta dizendo-lhe que não se enganasse, que muitas pessoas me enviavam correspondência para o 14 -4º-esq. . Agradeceu com evidente e maior simpatia pela vitória obtida sem muita resistência.
Evidentemente que forneci dados falsos. E a vigarice, pelo que me informaram, já consumada bastas vezes, é que daí a dias, depois de bem estudados os hábitos e horários da vítima e família, batem à porta do contemplado e um tipo disfarçado de polícia, de carteiro ou vestido como um executivo de alto gabarito, aponta-lhe uma pistola e assaltam-lhe a casa.E por vezes fazem pior.
Pagaria uma taxa adicional para evitar essas chamadas de patifes, vazando um pouco a minha caixa de preocupações.
Sem comentários:
Enviar um comentário