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sábado, 5 de outubro de 2013

Não me resigno

Não me resigno. Não me resigno. Ter o destino de ficar parado, isolado do mundo pela perda das faculdades mentais, pela perda progressiva do espírito, da imaginação, da originalidade do que escrevo, como uma leoa jovem que partiu uma perna que não se pode alimentar e se vê rodeada pelos mabecos e pelas hienas, a pouco e pouco aproximando-se, a pouco e pouco aproximando-se, atrevendo-se à primeira dentada e prosseguindo lentamente até à morte provocada por aqueles predadores. Sinto-me como essa leoa, sinto que o meu espírito, que o que mais me agrada, escreves, não se livra dessa hiena que é o tempo, que espera pacientemente que se desvaneça o meu espírito, a minha vontade, o meu desejo de escrever e a habilidade de encontrar e escrever as palavras que exprimam com correção ideias novas para argumentos originais, os pensamentos poéticos para os meus versos, os projectos defenidos para as minhas histórias, as metáforas mais próprias para envolver as minhas fantasias. Não me resigno.

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