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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Conversa de vizinhas ou as linguas de gato

Pois é, Celestina, eu fui naquele supermercado que me dissestes. -Qual deles Maria, o que abriu no verão? - Não, mulher, o que está na esquina, lá ao fundo da minha rua, ao pé da casa da Quitéria, atão na talembres? - Ah, já sei, fui lá, fui, p'ra pagar as contas da água e da electricidsde e comprar um repolho para o meu marido, ele gosta muito do repolho com alhos, coentros, salsa e chouriço de sangue. - O meu, de couves na quer saber nada só quer carne de vaca e agora deu-lhe para me sarrazinar a cabeça com o bolo de bolota ca mãe dele faz cande vamos lá a casa dela, eu não gosto nada de bolota acho ca bolota é prós porcos, a marafada daquela minha sogra cando lá vamos à casa dela na passa duma vez que na me venha ca receita da bolota.- Olha Celestina, a minha tamém tem que se lhe diga, essa então não põe no meu prato outra coisa sem ser língua de vaca eu nunca como e passo lá fome, penso sempre por onde andou aquela língua e eu um dia até lhe perguntei se não gostava das línguas de gato, desatou numa gritaria, dizia que eu é que comia o que a língua dum gato lambia, eu desatei a rir, não imaginas como se pôa, o meus marido só lhe dizia, mão na tofendas olha que há línguas de gato de chocolate e doutra coisas, mas ela nada, continuava a mandar comigo e eu que não +arava de me rir, até chorei a rir.

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