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terça-feira, 22 de maio de 2018

* Decadência da Europa~
É daqueles assuntos de reserva para encher periódicos e revistas a tempo de entrar no prelo.Roma durou mil anos, a Europa vai singrando aos milhares. Tremeu com as guerras que a assolaram, suportou e suporta governos incompetentes, vai sofrendo de epidemias, as suas gentes envelhecem. Mas continua a produzir génios, sábios, santos. Aqui e ali, no sul, no centro e no norte surge gente diferente, diferente na literatura, na escultura, na pintura, na arquitectura, no desporto, gente que é o perfume da Terra. Em oposição temos e teremos sempre a gente que refere a decadência da Europa como curiosidade mórbida, como assunto à mão quando nâo há nem valor, nem interesse, nem disposição para tratar do mais importante, da missão fundamental, do interesse de muita a gente para o seu semelhante e para a descendência, ao contrario dessa gente que se preocupa com o futil ou que com nada se preocupa como aquele que se senta no banco a ver apenas passar o tempo - e nem sequer sabe que vive. Mas que, como todos, tem a sua missão na Terra, no Universo.
Pouco, muito pouco ainda sabemos sobre a nossa missão na Terra. Porque a nossa missão no Universo, ainda mais desconhecida, pode ser a mais importante

domingo, 20 de maio de 2018

* Outros tempos
Uns recordam com saudade tempos passados, outros ambicionam melhores tempos futuros.
Alguns lamentam-se que os tempos não lhes decorrem bem.
Muitos vivem ambicionando os bons tempos doutros.
Quase todos ambicionam os bons tempos doutros.
Nunca atrbuimos à sorte os bons tempos que passámos e mencionamos sempre o azar que nos cai em cima por qualquer mau tempo no presente.
À maior parte das gentes pareceu-lhes mais favoraveis e benéficas algumas épocas antigas.
Falam muito das éoocas de ouro da Grécia e da Roma antigas. Porque generalizam alguns bons dias ou pequenos períodos dessa comunidades.
" Outros bons tempos
Ouvimos com frequência - no meu tempo é que era bom - ou ainda, como dizia Jorge Manrique " qualquer tempo passado, foi melhor". Ou outras frases do mesmo jaez. É a questão bem debatida da altura do tempo.

quinta-feira, 17 de maio de 2018

* Obras´
Vivo há quarenta e sete anos nesta nossa casa.Poucos poderão imagina o que se acumula numa cosa onde se viveu com a familia durante esses quarenta e sete e anos.
Eu, mais a esposa, regressámos de Angola com três filhos e parcos haveres. Construi, com a ajuda de bons profiddionais - pedreiros, carpinteiros e pintores - a vivenda de onde ainda não arredamos pé. Completámos o elenco familiar com mais uma filha, natural de Portimão. Nos tempos que decorrem, é raro ver um casal com mais que um filho, cada dia mais raro ver uma mulher grávida. Por este andar, como dizem por aí, daqui a trinta anos Portugal não terá mais que cinco milhões de habitantes. Talvez que os futuros governos do nosso país, socialistas ou não, decidam importar populações de África e da Asia. E porque o mesmo se vai passando em diversos paises da Europa. qualquer dia, em vea de importarmos tanta coisa inutii que se importa - perfumes, alcoois diversos, quinquilharia e outros produtos de luxo - passaremos a importar gente, equilibrando a balança comercial de países desses outros continentes.

terça-feira, 15 de maio de 2018

O rei D. Luiz
O livro de história de Portugal adoptado pelos liceus dos meus tempos de estudante, referia-se ao, reinado de Dom Luiz, penúltimo rei de Portugal, com muita parcimónia criando uma ideia dum reinado sem qualquer importãncia ou relevo. Mas não.
Dom Luiz foi rei de 1871 até 1889.Época em que protegeu grandes vultos da nossa literatura - Eça de Queiroz, Antero de Quental, Camilo Cz astelo Branco, Ramalho Ortigão e pintores, como Malhôa. Durante o seu reinado construiram.se dez novas linhas e ramais de caminhos de ferro, e as apontes de Maria Pia e a de Luiz i, iniciaram-se outras grandes obras como as dos portos de Lisboa e de Leixões e a da Penitenciaria central. Promoveu o estabeleimento da polícia civil, da Guarda Fiscal, do Museu das Belss Artes. No seu tempo refez-se o Código Civil, o Código de Processo, o Código Administrativo e o Código Penal; aboliu-se a pena de morte, reformaram-se muitos serviços do Estado, em particular os das alfândegas, tribunais, correios e telégrafos. E em Lisboa construiu-se a avenida da liberdade.
Tudo isto em dezoito anos de reinado.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

* Falhanços

Toda a gente os tem. Quando tenta seja o que for, mesmo quando quer pensar no que quer que seja. Mas o mal não é falhar. O mal é falhar é não continuar a tentar. Todos os falhanços ensinam-nos alguma coisa. A analisar, a prever, a modificar e experimentar. Essa tem sido a mola real de tudo o que vem acontecendo de novo, de util, de inutil, em todo o mundo. Podemos aprender com os falhanços, até os animais aprendem com os falhanços - muitos já viram filmes de animais caçando o seu sustento. Falham, voltam a tentar, falham , descobrem novo processo de atacar o que pretendem para o almoço. Até as moscas, sempre à procura, em zigue-zague os grãos de poeira no ar, que a aragem desvia. Nós próprios durante o dia tentamos e tentamos e tentamos descobrir - novas formas de encarar o problema, novos raciocínios para descobri um novo teorema, novos rumos para singrar na vida.
Os falhanços ensinam sempre algo a quem busca a solução. Os sucessos, por vezes nada ensinam.

domingo, 13 de maio de 2018

*

Podemos andar por aqui ou por ali, podemos passear indiferentes por tudo o que se passa à nossa volta, podemos ocupar-nos aprnas com o que pensamos , com o que nos preocupa, com o que recordamos com agrado ou com enfado. O corpo que habitamos e que nos leva para onde queremos, obedece ao que a cabeça ordena, decide, ou simplesmente aconselha. o nosso corpo não é ulma máquina que obedece ao que os seus carretos, as suas molas, ao programa que alguem lhe introduziu na cassete que a condiciona e a que obedece quando o interruptor ordena.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

* Somos dotados
Comparem. Comparem.se com os outros animais. E reparem nas diferenças. Não nas diferenças físicas, não na imagem que vêm reflectida no espelho . Mas em tudo o que sentem à vossa volta, tudo o que os vossos sentidos vos mostram, tudo o que os vossos sentidos apreciam. Os vossos olhos apreciam a beleza da paisagem, os outros animais encaram qualquer paisagem com a mesma indiferença com que encaram um muro que lhes surge pela frente, nunca demonstram maior contentamento por estar ou por chegar aqui ou ali. O vosso ouvido encanta-se com uma sinfonia, os outros animais escutam-na sem maior ou diferente reacção que escutam ao ouvir uma marcha no coreto. Sentis o suave perfume duma rosa, o vosso cão, cujo olfacto é muito mais apurado que o vosso, passa indiferente pala rosa.
São alguns dos dons com que aparecemos neste mundo.
E muitos outros alguns dos quais referirei depois,

domingo, 6 de maio de 2018

*
             Miguel Unamuno
     Estou relendo, os escritos de Miguel Unamuno. Um autor com uma obra ciclópica,. Esse esccritor provavelmente ainda dormia menos que o nosso presidente da républica, tal a obra que nos deixou - conferências , discursos, colaboração diária em jornais e revistas. Ao mesmo tempo, senhor dum humor contagioso, permanente, incisivo.
    Num dos seus artigos relata a seguinte anedota, que tentarei reproduzir sem transcrição do que escreveu e publicou - não tenho esse artigo na minha mão, apenas o conservo na memória.. Procurarei relatar o que li do seu artigo: perto da guarita dum quartel de Espanha, onde um soldado estava de sentinela, passeando por ali, aproximou.se um pacato cidadão que resolveu descansar um pouco, aproveitando um banco público de jardim, situado a poucos metros do soldado de sentinela e da sua guarita. O sodado avisou-o:
            - Paisano, não se sente, está proibido sentar-se nesse banco
       O cidadão ( paisano é o termo muito empregue, em Espanha, significando não militar, compatriota) admirado, inquiriu.
              - Mas porquê, este banco é publico, está fora do quartel!
              - Paisano, são as orndens que temos do senhor coronel.   
              -Senhor soldado posso entrar para falar com um militar em serviço?
       O soldado chamou o sargento de serviço que lhe deu a mesma resposta que o soldado. O cidadão falou com o oficial de serviço, com o mesmo resultado, Foi subindo na hierarquia oficial atá que chegou ao coronel comandante do quartel, que lhe perguntou:
            - O que pretende de mim senhor cidadão?
             - Senhor coronel desde a sentinela até ao senhor coronel nenhum militar às suas ordens permite que me sente naquele banco público do jardim, fora da quartel e a poucos metros da guarita da sentinela
          O coronel pensou alguns segundos e de súbito, exibindo um sorriso de satisfação, disse ao cidadão.
                 - Ah! já me lembro: é que esse banco foi pintado há duas semanas, nessa ocasião expedi essa ordem de serviço, afim de proteger os cidadãos..
         A ordem de serviço temporária, eventual como todas as ordens de serviço, transformara-se em determinação permanente...            .
              -   

quarta-feira, 2 de maio de 2018

* Enchendo uma página
   Interrompi o passeio dum meu novo personagem. Mal o conheço na maior parte da sua vida , pretendo inclui-lo numa nova história que refere num pedaço da mina vida, a vida dum um amigo meu. Um amigo daqueles que nunca esquecemos e que eu acompanhei na minha juventude, nos anos do liceu e da universidade. Depois desta, as nossas vidas tomaram rumos diferentes, eu fui para Angola, ele seguiu por cá na sua profissão e só nos tornamos a encontrar umas largas dezenas de anos depois, aqui em Portimão, onde ele morreu após uma depressão profunda, mal me reconhecendo. O romance que pretendo escrever será o que a minha imaginação produzir, sobre a da desse meu amigo, desde os seus vinte e sete anos até à sua morte, com alguns fogachos reais da sua vida que me foram relatados pela sua familia ou por outros amigos nossos.
   É uma homenagem que lhe quero prestar, Que pouco é feita sobre as vidas de  milhões de tantas boas pessoas que desapareceram e desaparecem todos os dias, todos os anos..
    .   

terça-feira, 1 de maio de 2018

* Ainda sobre arte 
   A minha mensagem de ontem sobre arte foi pobre, trivial, comezinha., pouco reveladora. Por isso reproduzo um trecho de Ramalho Ortigão, numa das suas "Farpas":
     "O que interessa ao público, na obra de arte, é o modo como o artista a executou, não é o fim para que ele a resolveu fazer. O grande critério infalivel na obra de Bordalo Pinheiro - e não precisa de outro - está para ele na sua receptividade e na tentativa prodigiosa da sua retina, A enorme colecção dos seus retratos,  constituindo até hoje a mais vasta galeria de que há exemplo na história da caricatura europeia, consta de sucessivos improvisos, feitos, na máxima parte, de memória, sem borrão, sem apontamento prévio, no ardor do trabalho mais tumultuoso e mais apressado, durante a noite em claro, precedente ao dia da aparição de cada número do António Maria" - (A revista da época que publicava as suas caricaturas).
      Que lástima hoje não surgir outro Bordalo, outro caricaturista com o mesmo génio.Com tantas caras de ilustres sacanas do nosso tempo,  que  poderiam compor a figura doutro Zé Povinho.