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terça-feira, 13 de novembro de 2018

O pescador Josué
A pesca constituía para o Josué motivo de orgulho e saída para sentimentos recalcados. Aprendera, em terra, todos os pormenores que um bom pescador deve cumprir, empatava os anzois com a minúcia requerida, esmerando-se nessa operação com o mesmo enlevo que aplicava quando mudava as fraldas à filha bébé. Falava sem parar para mim, para o peixe que puxava das ondas, para o mar. Quando ferrava um peixe e a cana vergava pela revolta dum sargo ou duma enxôva. Os comentários que proferia durante a refrega com o peixe, visavam incentivos fortes á sua habilidade, por vezes classificando a peça presa no anzol com epítetos pouco lisonjeiros que se suavizavam quando o peixe era içado a borde,
Depois de extrair o anzol da boca da corvina ou da enguia, não faltavam as lembranças de outras pescarias, as dimensões dos seus troféus, primeiros lugares em concursos de pesca, e relatos de acidentes ocorridos noutras ocasiões, como os " montes de mar que havia, lembras-te, quando apanhei aquela corvina com vinte quilos".

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