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sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Mas,agora
Mas agora, sobre todos os ensinamentos psicológicos que os professores podem oferecer aos alunos, prepondera basicamente o humanismo. A moderna educação nas escolas parece estar a inclinar-se para mais atenção ao aluno no sentido de lhe despertar o hábito de pensar por si, pela sua cabeça, envolvendo pelo seu raciocínio, análise e ponderação próprias tudo o que o professor vai expondo, apresentando sem timidez nem medo, as suas dúvidas e insistindo com a possível delicadeza no esclarecimento do que ouve ou vê exposto.
Aos mestres e professores bem conscientes da sua missão de ensinar, compete nunca negar os esclarecimentos pedidos, nunca fugir às respostas perante as perguntas que os alunos apresentam. Quando fui professor, da escola comercial e industrial de Silves, um dia quando se iniciava um novo ano escolar, o director da escola pediu-me que regesse a cadeira de electricidade do quarto ano do curso de electricidade daquela escola. Eu apenas sabia, de electricidade, o que aprendera no liceu, bastante menos que sabiam os alunos daquela turma. O que comuniquei ao director, que insistiu comigo, dezendo-me que seguisse o livro da cadeira. Perante os alunos finalistas do curso - que naquela escola industrial era unm bom curso quer na teoria quer na prática, perante aqueles vinte matulões, resolvi jogar franco. E na primeira aula declarei aos alunos, com toda a franqueza, que me haviam nomeado professor de electricidade porque não havia outro professor para preencher o lugar, dizendo-lhes também que esperava a ajuda deles para me acompanharem nas lições que eu daria na aula, seguindo o texto do livro adoptado. E nâo tive problemas, nem de disciplina, nem de insucessos nos testes e nos resultados. Apliquei então o processo talvez inovador, talvez original na época, de discutir e elaborar com os alunos, as matérias a dar nas aulas e as perguntas a apresentar nos testes. E, podem crer, foi um sucesso.

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