Coisinhas é um termo usual no falar popular. Dantes os pobres pediam dizendo " dê-me alguma coisinha". E chamavam-se coisinhas a pequenos objectos que se colocavam para ornamentar uma prateleira da biblioteca, uma cómoda no quarto, um aparador na sala de jantar. Alguns pais de famílias, os mais modestos, faziam colecções de garrafinhas de vinhos, de caixas de fósforos, de bolas mágicas com a neve a cair; os mais abastados, entretiam,-se com colecções nacionais ou mundiais de selos, com colecções de automoveis antigos, com aves raras. Algumas mães de família juntavam "bibelots" de faiança ou de metais, coleccionavam revistas de moda, xailes, "naperons", abanicos.
E o termo empregava-se, ainda hoje se emprega, para dotar de ternura uma frase.
Ternura diferente da que usou uma escritora da nossa praça que se referiu a um feto humano como "aquela coisa" quando, num "frente a frente" da TV1, se discutia o aborto.
Não deve gostar da vida que tem, essa senhora.
Se a sua mãe não gostasse...
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