Número total de visualizações de páginas

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Duas pedras

Nunca passo duas vezes pelo mesmo pensamento,
Há sempre qualquer pequena diferença.
A mesma que existe entre duas pedras da calçada
Ou entre estas duas, que apanhei, polidas pelo mar,
Que vieram aqui parar à minha frente, imperturbáveis.
Encontrei-as juntas, passeando pela praia,
As ondas vinham morrer em cima delas,
Rolando-as e polindo-as um pouco mais.
Batiam uma contra a outra e cantavam
Uma canção que se unia à canção do mar.
Apanhei-as num intervalo entre as ondas
Meti-as no bolso direito das minhas calças
Parece-me que ficaram quentes e incomodadas
Pelo cheiro do dinheiro que saía das moedas
Tão diferente do do mar e da maresia.
Mas quando repararam onde as pousei
Num sjítio que escolhi, não em quaquer lado,
Ficaram contentes e suspiraram de brilho e de alívio
Por eu não as ter metido e condenado
Por muitos anos, para dentro dum betão armado.

Sem comentários:

Enviar um comentário