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terça-feira, 9 de junho de 2015

O meio termo de ti

Detesto o meio termo
As meias tintas, as meias águas, as meias lecas
(Nunca calço meias às pintas, nem sarapintadas(
O meio termo nada tem que ver com o termo do meio
Nem com o termómetro
Nem sequer com o metro, o metrónomo, o marca passo
São coisas diferentes, entre elas não se encontram diferenças nenhumas
Só encontra diferenças quem não tem diferenças nenhumas
Sem tardança nem petulância
E esta, no seu género, nada tem a ver com a melancia
Que num rasgo de génio roubaste na horta da esquina
E me ofereceste com um charuto
Quando reparaste que no meu carro ela não cabia
Porque quando um cretino como tu
Sabe de antemão, no meio termo, que eu não fumo
Nem tabaco, nem folhas de milho,  nem ópio, nem rapé
Sujeita-se a encontrar-me no meio termo e de pé
Entre as onze e as onze e um quarto
Nessa hora fatal em que tu, nessa noite, te assomaste à janela, meu amor
Nesse dia de glória, dessas alturas em que me precipitei nos teus olhos
Nessa noite passada entre o meio termo de ti e o termo do meio de mim

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