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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Sonho bom, sonho bom.

         Estava muito satisfeito a sonhar dentro duma sala com ar condicionado e repleta de iguarias frescas e gente decente. Quando estamos felizes, contentes, agradados, procuramos sempre mais, mais,mais.
Por isso, procurando melhor, resolvi sair pela porta dos fundos,  e fiquei envolvido pela nuvem cinzenta da realidade.
        A ganância é um pecado mortal, maléfico, contundente. Até a sonhar.
       Parece-me que isto foi um aviso para que, quando eu for milionário, não querer aqueles milhões tão fáceis de açambarcar.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Tantos meus irmãos

Tantos meus irmãos na Terra que se esquecem que vão morrer, esquecidos de viver.

terça-feira, 28 de julho de 2015

O cinzentão

Sim porque às vezes não estou para aí virado, gosto do preto, gosto do branco, não gosto do cinzento, este parece-se com as palavra escritas só pela metade, que por vezes têm um significado inserido ou não na trama do texto. Por vezes queremos escrever sintomas e fica apenas o sin no papel, que nem sequer é uma palavra portuguesa embora se pronuncie com a intenção duma afirmativa. Isto tem um nome, que não recordo, não é possível recordar tudo o que li, nem sequer tudo o que aprendi. A memória não tem limites mas como tantas outras coisas, vai-se diluindo. Eu fui apresentado, durante a vida a 38.764 indivíduos, parece-me que mais do sexo feminino que do outro, o macho. E só me lembro p´'á'i duns 17.364 .  Mas, voltando ao cinzento, que vem de cinza, que é una outra coisa, é aquilo a que a mim, a ti ou a outro nos reduzirão se um dia o nosso corpo for cremado ou se um incendio nos apanhar a dormir dentro duma floresta ou dentro doutra coisa menos poética, de modo igual redutível a cinza, que é uma das formas que a natureza tem de nos reciclar. Mas, pensem o que quiserem eu antipatizo com as cinzas, antipatizo com todas as situações que podem ser mais ou menos, falando à maneira dum matemático, que tendem para o limite superior do preto ou para o limite inferior do branco, num intervalo de incerteza que sempre me parecerá fútil. E para mim, em minha opinião - como dizem agora os políticos que não se querem comprometer mas que estão ávidos da fama intelectual - na minha opinião, o cinzento nunca se define, nunca se revela com propriedade concreta, nunca opta, fica sempre pelo meio, pelo quarto ou três quartos ou por outra fracção do branco ou do preto.
Mas eu, que sou de pele  castanha e mente incerta, onde me situam?

domingo, 26 de julho de 2015

Jenny

No título desta mensagem apenas pus o nome de Jenny para suscitar a vossa curiosidade. È o nome da senhora que foi a esposa de Marx, Karl Marx. E o título dum livro que aconselho, é baratinho, cinco euros. E de-vos aconselhar a  vós e a outros incultos como eu, a conhecer, nesse livro, bastante do  que foi a vida desse génio.  Que foi devasso, devorador e gastador de fortunas, beberrão inveterado, fiel e infidelíssimo no casamento, amante imenso da sua namorada Jenny quando longe. Foi preso porque a polícia o encontrou andrajoso, nunca entrou na casa dum operário, frequentou intensamente os salões mais aristocráticos. Mas, foi um génio. A esposa, antes de o conhecer, namorou e esteve prometida como noiva dum aristocrata, de alta posição no exército, que "dançava bem, patinava bem, beijava bem mas pensava mal".
Amigo de Engels, possuidor de muitas fábricas em Manchester onde a maioria dos trabalhadores eram crianças.
E entre muita obra, escreveu "O capital".      

sábado, 25 de julho de 2015

Vou indo

Esgravatando no futuro, ausente do presente, entusiasmado com o passado, confiante na vida. Sem me perturbar com as eleições, sem me amesquinhar com a dor, sem dizer mal do que me perturba, sem preferir a razão, respeitando o coração.

Pecunia

Dinheiro, dinheiro,dinheiro,dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro, dinheiro,dinheiro, dinheiro.
Dinero, dinero, dinero, dinero, dinero, dinero, dinero, dinero, dinero, dinero,dinero, dinero.
Money, money, money, Money, Money, Money, Money, Money, Money, Money, money
Plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata, plata.
Denaro
Pecunia
Argent
#«*%&/"@$)(no planeta agora descoberto, o 754/4/b ou lá o que há de ser)
Eis a principal notícia do dia.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Encontrei-os de novo

Encontrei de novo os personagens. Convidei-os a entrar em mais uma página do meu quarto livro. Parece-me que entraram a gosto, sem mesuras, sem reticências, desprezando os lugares comuns, não abusando das metáforas nas suas conversas, tomando o rumo que eu os aconselhei, sem brincar com as coisas hilariantes e rindo das coisas sérias da vida.
Não os vou largar tão cedo, Não.  

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Quando a tinta se acaba

Aquela madama do terceiro esquerdofrenteàminhajanela (palavra comprida que este computa inventou agora e que quer dizer o que lá está escrito pelas mesmas palavras) já não sei onde ia , os parêntesis tiraram-me do sensato, ah, já sei , falava daquela lady do terceiro esquerdo frente ao meio da minha janela, referia, não posso empregar o falava outra vez senão os bonzos do acordo ortográfico acordam, decidem pensar numa reunião, uma coisa que agora, com os gregos na ribalta, está na moda, mais que os bikinis, o fio dental e as armaduras medievais, mas onde é que eu ia, onde é que eu vou entranhando-me tanto na descrição das intenções daquela miss, um pouco entradota mas ainda saindo de casa bem decotada, bem intencionada, sim? como sabes? tens a mania menino de entrar na cabeça das pessoas para conhecer-lhes as intenções, as vãs e as outras por sinal a senhora ia bem intencionada no sentido do supermercado, já vou aqui não sei por  onde, quando eu chegar lá terei de voltar a ver-te menina, que bom seria voltar a ver-te menina, que bom eu voltar a ver-te ainda menino, de calções, de alpargatas, umas coisas que dantes se punham nos pés e que diziam que um patrício meu tinha enriquecido, importando-as da China, nesse tempo importavam-se muitas coisas, eu então ainda me importava muito pouco, imaginem, até se importavam chineses vendedores de gravatas agora tornamos a importar chineses vendedores de um ror de coisas em supermercados chineses que têm de tudo só não têm, ainda não vi lá, por mias que procure, uma colecção de fechos éclair uma coisa, segundo o poeta Girão, que o Felipe segundo espanhol (e, não sei por que carga de água, o primeiro de Portugal) não conseguiu ter.
Festa é festa, queridos. Acabou-se a tinta.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Vaidades

Isto não é de todos os dias. Vieram-me as lágrimas aos olhos. Não de desespero, frustração, ou resultantes de qualquer maldade. Não, Apenas de emoção. Aumentando o meu caudal de alegria, o meu orgulho de progenitor, a minha vaidade de sentir-me bem com a descendência. Sim isto está a ser de muitos dias.
Continuo ainda a ter muitos bons dias vivendo.

Personagens

Os meus personagens são uns valdevinos anónimos  quando fui eu que dei com eles e lhes ofereci a honra emérita de figurarem no meu próximo romance. Coloquei-os com todo o conforto dentro das trinta ´páginas já lançadas no mar deste tempo infinito. Sem qualquer consideração por mim, resolveram entrar em greve e ir dar umas daquelas curvas tão usuais em qualquer personagem que se preza. Porque estes só dão curvas, as rectas são para a geometria, as curvas para os poetas. Recta é recta, daí não passa, sempre subordinada às namoradas paralelas, curva tem muitas variantes poéticas, pode ser na onda, na hipérbole, numa assíntota mais ou menos sinusoidal, numa parábola hipersensível com tendências estranhas para o infinito e fugindo à vulgaridade  tão limitada da circunferência ou da elipse.
Mas os personagens que saltam do cérebro mais ou menos fecundo de qualquer escriba, são assim: ingratos como muitos filhos saídos do ninho, inconstantes como o amor e irreflectidos como o transeunte que atravessa a rua lendo o jornal.
Hoje tenho de os agarrar e cumprir as minhas recomendações, como dizia a minha tia.

domingo, 19 de julho de 2015

Nada escrevendo

Vou pregar uma partidinha aos que estão lendo esta mensagem.  Não vou escrever nada. Mas talvez encontre alguma coisinha para vos interessar. Sim, porque o interesse, ( as heranças, a corrupção, a política e outros interesses cavalheirescos não são aqui chamados) que me move desde que aprendi a escrever não é o de angariar leitores, já angariei muita coisa desde que aprendi a mamar, acumulei farta experiência quer no mamar em mama alheia até às belas provas de vinho tinto ou de peras descascadas com algum "chantilly"( tá mal escrito mas quem o provou me entende) que, no fim de contas à grega, ou seja, bem feitas, no fim de contas também( o chantilly") também é um derivado, como diria o meu colega Lobo Antunes, da mama duma vaca engordada com os saborosos pastos da Normandia ou seja, daquela região onde desembarcaram os aliados para se encontrarem daí a alguns dias com o exército russo, em Berlim, sem consideração para com(ume forma de mal escrever, esta) o senhor Hitler, aquele senhor austríaco que governou a Alemanha no tempo da segunda guerra mundial, digo isto para elucidação das gerações  novas, nascidas no século vinte e um e que poderão pensar, cativados pela propaganda nessa época futura, poderão pensar que esse senhor, eleito democraticamente, era uma pessoa sensata ...
Com veem, cumpri a minha palavra, nada escrevi.
(Cumprir a palavra dada, nestes tempos, é um eufemismo, uma metáfora, ou lá o que poderá ser, cumprida a sintaxe e a semântica.)  

sábado, 18 de julho de 2015

Sendo assim, sou alguem

Pois eu sou alguma coisa, sou alguém, alguém   que ama a vida, tanto, tanto que continuo a criar personagens nos meus contos, nos meus versos, nos meus pensamentos. Por vezes encalho, por vezes hesito, por vezes distraio-me, sinal de que os meus personagens foram dar uma voltinha, no seu direito democrático, na sua liberdade. Porque eu dou inteira liberdade aos meus personagens, respeito as suas preferências, as suas birras, as suas idiossincrasias, a sua criatividade. E sou amigo deles, embora alguns sejam marotos, alguns sejam patifes, outros  muito descarados. Mas onde não os encontramos ?   Isto de criar não é só criando barriga de mãe e notem que é gente mais ou menos etérea que é detestada por muitos, amados por outros. Bem sei que vão ao encontro de ti e de mim, através dos livros. Mas quem, ao longo da vida não odiou o primo Básílio, quantos não se entusiasmaram com o conde de Monte Cristo, quantos não amaram  a Lady Chaterley ?   

O meu terceiro livro

 O meu terceiro livro, também com "Pensamentos subtis..." estatá presente na feira do livro em Portimão a partir de hoje, dia de inauguração da feira.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Burocracia

Blogger ..
A burocracia é a arte de realçar o inútil. È um dos ramos da preguiça. É uma amostra do faz de conta, da ausência da criatividade. E estranha forma de ocupar o tempo.

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Adeus à vida

"Dizer adeus à vida", expressão exquisita que parece fazer pouco sentido. No entanto ouve-se bastas vezes proferir, no jeito de resignação para o que acontece a quem a diz. ><normalmente contem ou pressupõe uma certa dose de esperança de melhoria no destino do próprio. Um moribundo ninca a diz, um moribundo, por mais moribundo que esteja, sempre espera viver mais, não se passar, o que significa esquecer-se de tudo, em particular do presente, sem ter adormecido.
É provável que isto sejam considerações que me desconsideram.   

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Alguns descaros

Estou assim a pairar
Bem só e dentro de mim
Porque não hei de ficar
Se eu fica bem mesmo assim


Essa flor é doirada
Pela luz do teu olhar
E a minha alma magoada
Por não me quereres amar


Custa-me passar a vida
E a vida por mim não passar
Não sei se me é querida
Se gosto por ela andar


Parece-me que sinto a dor
Dessa pedra que eu pisar
Julgo sentir o amor
Da que agora estou a amar


Dizes-me coisas bem lindas
Mas a mim tu não me enganas
Sejam de oiro ou pratas finas
Da mais pura filigrana


Pouco me queres ouvir
O que te quero dizer
Vou passar dizer a rir
O que dizes tu querer


Mas o que me importa fora de tudo o que não me importa
O que prevalece dentro de tudo o que me envaidece
Sempre que as circunstâncias do momento forem circunstanciando
È a finura  do trato do animal que aparece à minha porta
Seja macaco, crocodilo, leão, elefante ou cidadão
Que eu tenho sempre a porta aberta p'ra quem vem por bem
Sempre tenho a mesa coberta de acepipes e outras iguarias
Sempre prezo a convivência de quem me traz  outras alegrias
(da autoria do, mais conhecido, outro eu)

Aguardo

Aguardo com ansiedade que o espírito de F.Pessoa diminua a pobreza da minha criatividade
           
            Passo os dias ansiando
            Esta fome mitigar
            Eu sempre ando pensando
            Sair deste triste lugar 




E se eu tiver a sorte de ele agora andar por aqui


           
            Nessa hora eu dir-lhe-ei
            Dê-me num dos seus papelinhos
            Conselho que eu seguirei
            Em qualquer dos meus caminhos




E no papelinho que me deu eu li uma quadra de sua autoria:


           
            "Tivesse eu conseguido
              Nunca saber de mim
              Ter-me-ia esquecido
               De ser esquecido assim"
                 

domingo, 12 de julho de 2015

É simples

Tanta gente a falar dos gregos e da Europa, deixem-me também vender um pouco do meu peixe.
Estranho e mau exemplo para a juventude é a actuação dos sábios bonzos  da União Europeia. Nada de admirar porquanto a constituição em que se apoiam parece-me que tem qualquer coisa como quinhentos e trinta e nove artículos. Portanto para resolverem qualquer coisa levam dias a consultar a dita constituição e noda resolvem, e quando querem resolver algo, não a consultam.
. Os americanos, promulgaram a deles com, se não estou em erro, com vinte e três artigos, completados posteriormente com algumas, não muitas, emendas.  Dessa forma, em poucos minutos resolvem o que têm de resolver. A Europa não. Entre outras curiosidades fundaram o banco europeu com nada menos de vinte e nove administradores, duvido que a razão de tanta gente na administração é a de o presidente alegar não ter tempo e paciências de os ouvir quando quer tomar  uma decisão. Quando não a quer tomar deixa passar o tempo consultando-os em reuniões intermináveis
Por tudo isto, agora não se entendem e preferem ver-se livres da Grécia por cinco anos.
O que talvez seja melhor para os gregos. Ainda não demonstraram o contrário. Aquela constituição permite sempre que se siga o sim ou se opte pelo não. Ou nem por um nem pelo outro, deixando passar o tempo confiados que  este, sem constituição, sempre resolve tudo.  . 

Não remando contra a maré

Vou remar contra a maré? que disparate.! Eu aproveito todas as marés, as da vida, as da alegria, as da saúde. Para quê essa hipocrisia de remar contra a maré, como o outro que me dizia, pois eu, meu filho, remo sempre contra a maré, pois é, ele é dessas pessoas que querem sempre entrar passando pela parede e não pela porta, dizem que amam as dificuldades, passar pela parede é que é bom, o pior é que, como diz o doutor Medina Carreira, batendo com a cabeça na parede às vezes não se passa da parede e passa-se para o hospital para curar os galos nascidos na própria cabeça, Não, não remarei contra a maré, vou plácida e sereno,  na corrente, assim entro no pòrto descansado, refrescado, fresco de corpo e de espírito, sem preocupações, que são ocupações muita néscias, muito parvas, quase sempre com o carimbo de inutilidades perversas . E não há menor prazer, maior sensaboria que entretermos- nos com inutilidades, quase sempre o reverso perverso  de nada.
Mas também não quero pertencer ao universo da Maria vai com as outras, antes encontrar uma Maria que vá comigo, não, esqueçam isto1 isto não se confessa nem se deve hipotesar - que tal acham este verbo que inventei agora, na moda em que estamos de acordos ortográficos a torto e a direito, ponham lá, se fazem favor, mais este verbo no dicionário, não confundindo com hipotecar, uma palavra vetusta, antiga, de pergaminhos consagrados no auxílio de gregos e de troianos e portugueses para remendar as finanças depauperadas pela gozo da vida alegre a que todos, mas todos sim senhor, temos direito.
Está na hora da maré virar. Vou aproveitar.
Hipotesar: verbo transitivo, levantar hipóteses, vem do latim hipotesae ou hipotesabus, também se diz da pessoa que está com hipo, com garganta ou falar desonesto.. Verbo proposto à Academia das Ciências em Portimão, nesta data de onze de Julho de 2015, com 40 graus à sombra.

sábado, 11 de julho de 2015

Sei não

       Vou deixar de fazer aquilo - tanta coisa! - que não fiz, aplicar-me com denodo às batalhas perdidas e nunca travadas, estou nesse campo com o meu cavalo pigarço, a galope suave ou a trote modesto, a caminho do passado sem qualquer incómodo, sem pensar no futuro e apenas esquecendo outra vez, tudo o que esqueci no dia de amanhã. As circunvalações do cérebro, não sei se sabem, são tantas como as dos intestinos, as reacções aos alimentos espirituais são semelhantes às reacções aos alimentos que a mesa familiar, o orçamento e as decisões da nossa chefa de família decidem. Não pretendo dar uma lição de anatomia mas não se esqueçam que para um rio ter água, esta terá de nascer ou cair de algum sítio, nem que seja do regador que o nosso Criador empunha de vez em quando, sempre que está bem disposto. A que vem tudo isto a propósito? Sei não, como dizem os angolanos.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Chorrilho de asneiras

Tenho esta mania de não fazer ou dizer asneiras, aparafusando para a esquerda, perdoar a quem não me ofende, entrar pela porta para dentro, andar à chuva sem me molhar, escrever chucha em vez de chuva como antes ia fazer, mas não gostaria eu de agora ter e agarrar a chucha, uma chucha das antigas, não eram de plástico os plásticos ainda estavam dentro dos petróleos e os petróleos à espera de que aparecesse aquela telenovela sobre a vida exemplar dum magnata do petróleo, onde é que eu ia, ah! já sei, ia na chucha, esta mania que tem a gente de pensar e lembrar a chucha, na realidade estamos bem necessitados de ser governados por um Stipras ou lá que raio de nome grego tem aquele grego que quis saber com um referendo quantos gregos são patriotas e nada mais que pouco mais de sessenta por cento deles assim o são, cá na nossa casa portuguesa com certeza, o meu parente Costa, temos um mesmo trisavô, ou seria um pentavô? isto de altos pergaminhos a mim ninguém me vence, mas como ia dizendo sobre andar à chuva e não fechar a porta para entrar isso é cá comigo, se quiserem eu pedirei um subsídio para a formação de desempregados, porque formar empregados é muito fácil, difícil, difícil é formar desempregados para que facilmente continuem desempregados, deveria ser promulgada uma lei que obrigasse e impusesse a obrigação( que são coisas diferentes) de qualquer governo estabelecesse cursos superiores de desemprego, cumprindo o estabelecido num decreto impar( ou par, para variar) do parlamento europeu, entre outros artigos e dois preâmbulos de 539 páginas, uma de cada um dos deputados daquele parlamento, um que definisse em quarenta e sete directivas esse curso de cinco anos do desemprego básico, com um estágio obrigatório no fundo de desemprego chinês. Mas, voltando à vaca fria(vejam na Internet o que é isto da vaca fria) esta mania de não asneirar que não é o mesmo que não fazer asneiras, deixa-me hesitante, se hei-de levar a minha sombra à frente da tua ou ao lado da outra.
        Há por aí quem me dê emprego? Sei fazer uma data de coisas com as mãos, algumas com os pés, poucas com a cabeça, tirei uma data de cursos não digo quais para que não me chamem de petulante, vaidoso, ou "mentiroso relapso e contumaz" como um dia chamaram a um distinto senhor que não tinha ou não tem culpa de o ser.
        Isso de ser político, tem as suas vantagens.     

terça-feira, 7 de julho de 2015

A arte de defenestrar

Para que saibam o s meus desconhecidos leitores e os ignorantes comentadores do alheio meu, vou ocupar-me despreocupadamente - lindo adverbio de modo (insano) - em defenestrar das minhas águas furtadas ( três assoalhadas , três casas de banho e uma esposa linda), em que vivo, como ia dizendo, como soe dizer-se ou como queiram dizer sem ser para aqui chamados, ditos ou mal pagos, todavia (porque será que deixaram de usar esta proposição digo preposição, proposição é uma coisa feia quando é feita fora do lar conjugal,ou estarei enganado?)   fiquem sabendo, já que falaram disso, eu devo alguma coisinha a alguém e a modos daquele grego  Tsipras ou como raio se chama , a modos dele eu vou-lhe exigira pagar-lhe o que lhe devo até ao ano dois mil cento e quarenta e três messe ano comemoraremos a nossa independência e a minha dependência da minha esposa e dos meus descendentes que, segundo a pitonisa que eu sempre consulto, segundo ela terei nessa altura, comprimentoi e largura de vistas, mais ou menos 2748 descendentes e eles terão um antepassado vivinho e fresco porque sempre fiz a dieta da beterraba, do manjericão e do tal do chocolate que tenho sempre na gaveta da mesa de cabeceira para o que der e comer. E , como ia dizendo, ao meu credor pedirei mais uns cobrezinhos emprestados, exigindo-lhe que me perdoe a dívida antiga e esta de agora e que não me fique devendo o que lhe peço emprestado, não queira ser apontado como antidemocrata.  
E descansem, satisfazendo a vossa curiosidade, informo-vos que já defenestrei o defenestrado.    

Será?

Já me sinto capaz de não pensar. Será isto o "trânsito nas alturas" ou será o "embalar cabisbaixo e meditabundo" ou ainda o "poder inusitado do inútil"?   

sábado, 4 de julho de 2015

O que nos dá a vida

Se a vida é uma coisa, um assunto, um problema sério, temos de nos resignar a ser sérios, circunspectos, sisudos, concentrados no além, escolhendo experièncias  mais ou menos ditosas do passado, engendrando situações mirabolantes para o futuro, lamentando a chateza do presente? A vida, em resumo, é uma coisa séria? Foi-nos concedida pensando o Criador que a passaríamos com seriedades, sisudez, pacatez, vergonha pelos pecados cometidos, raivazinhas pelas perdas de tempo no passado, ansiedades pelo que o passaremos no futuro, nervosismos pelo que o destino nos concederá ?  Não, nunca me convencerei de nada disso, nunca aceitarei que o destino é um póço de artimanhas, que somos fantoches em experiências miríficas, inesperadas, obrigatórias. Antes creio que aqui nos colocou o criador dando-nos a alegria de viver, o sorriso de ver, o agrado de sentir e por vezes, o amor.
       Nem nos gorilas, nem em todos os outros animais, desde a alforreca ao elefante e à baleia, vemos um sorriso. Poderão ter manifestações de agrado, como um cão abanar o rabo ou o ronronar do gato.
Ou provas de amizade, pela lealdade. O que é muito, mas daí não passam..
        .      

Vou ali

Já vou. Já venho. Não estou, Nem fui, Não me entretenho. Nem eu suponho. Pois se eu assim. Nem me proponho. Com a risca ao meio. Tira o granito. Da minha fronha. Pega no apito. Na baixa- mar. Faz-me essas figas, Lá no convento. Caça-me as costas, Como me gostas. Aí, aí, nessa borbulha,  Deixa que o vento Leve o sentimento. Sem um lamento. Cá bem por dentro.Vou ali Vou e já venho,

Aos bons entendedores

Vamos ver se me entendo. Porque isto de entender-me não é para qualquer um. Curiosamente acontece que é só para um. Um único, indubitável, um só, indiscutivelmente só, em resumo: um chato. Porque, concordarão que todos os solitários são chatos. Os elefantes solitários, os leões solitários, as pobres daa pacaças solitárias e feridas, todos esses animais são chatos, são perigosos.no trato e na compreensão da nossa presença. E os senhores que aqui me observam já encontraram, por acaso, um homem solitário que não seja chato, inerte e inerme dentro dos putativos (palavra na moda, tinha que a meter aqui), reputados cavalheiros da nossa praça? Eu, fico-me na minha, entendo-me bem !   

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Divertindo-me

Divirto-me rindo de mim. A memória dá-me esse prazer, do ridículo de certas situações em que me meto. E  ainda mais, das que criei, pensando. Por vezes, quando passeio, desato à gargalhada provocando um sorriso condescendente, piedoso, comiserativo e compreensivo, do sujeito que se cruza comigo. Entre a crítica das minhas atitudes e a análise das minhas opções pretendo sentir a vaidade das certezas, o acerto das decisões, alguma grandeza nos ideais que sinto. Uma atitude necessita do amparo da vontade para concretizar-se,  uma opção precisa de alguma sabedoria para firmar-se. E a certeza com vaidade situa-se ao lado da petulância, do descaro, é vizinha da insolência..  

Responsabilidade

Quando virá o tempo em que surgirá um código simples, prático e eficaz sobre a responsabilidade de quem ocupa um cargo político?
Numa família normal e sã, o pai e a mãe agem, segundo um código voluntário baseado na honestidade, lealdade, interesse pela harmonia e bem estar. E se os chefes da família gastam mais do que ganham e do que podem, se participam em actividades ilícitas, se entram e participam nas acções de grupos considerados perigosos pela lei, se cedem à corrupção, são apontados como irresponsáveis e, o pior de tudo, põem a família em condições degradantes ou caminhando para a ruina.
Julgo que duma grande família como a dum país, poderemos pensar de forma semelhante e procurar um código decente.
Se qualquer responsável por um cargo público sofresse uma sanção severa quando prejudicasse muita gente, a política seria diferente. Errar é humano. Mas ser corrupto, não deve ser. Todos podemos não seguir, por vezes, o pior caminho. Mas quem vai decidir o destino, melhorar ou piorar a pobreza, projectar e executar as mudanças no país, deverá conhecer quais os limites que a responsabilidade le impõe.
Quem duvida e a não quer, que pensamos dele?