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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Folhetim - 12 -

Relógio, meia algema.
Desde pequenino ensinaram-me a ver as horas no mostrador dos relógios.
Nunca as consegui ver, vocês conseguiram? Como se poderá ver o que já passou, já voou, já desapa jreceu, já não regressará? Portanto o relógio, embora digam o contrário, é um objecto inútil. Oiço muitas pessoas dizer, felizes e aliviadas: hoje não ligo ao relógio. Temos cada mania...Um instrumento que não serve para nada, e que provoca um sacrifício, o sacrifício de trazer uma  meia algema agarrada ao pulso ! Uma das provas é que os relógios são cada dia mais baratos, alguns custam quase tanto como a pilha que têm lá dentro: encontram-se relógios à venda por cinco euros, pilha incluída, que não se atrasam nem se adiantam mais que um segundo em cada mês. Então para que servem os relógios? Para ver o tempo presente ou o futuro? Não. São, dizem, servem para nos informar o tempo presente. Como? Se quando olhas para o relógio esse momento já passou, isso é possível? Não, servem apenas para trazer meia algema no pulso, para verificarmos e controlarmos o instante que passou, o que não interessa absolutissimamente para nada, além de ser uma enorme mentira: porque o tempo que passou (até ao infinito) só Deus, na sua infinita sabedoria o sabe. Essa meia algema, quanto a mim, só serve para nos lembrar  que se deve lutar para que outra algema não nos tire a liberdade. Não serve, de forma alguma para conhecermos o tempo que irá passar, nem o tempo meteorológico, nem o tampo passado. Mais interessante seria termos um instrumento que nos desse o tempo do sono e o tempo dos sonhos. Há alguns milhares de anos os egíocios resolveram o problema com as pirâmides, ainda hoje com segredos inviolados, esse incluído.

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