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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017



Para onde vão as emanações luminosas daquela minha vela, onde se situam os buracos do sentimento, onde reencontro as portas da alegria, onde compro os passos do meu passado?
O sentimento de si é diferente do sentimento de ser?
As vibrações íntimas são diferentes das duma dor, das duma dádiva,  das duma pedra quando sente a minha mão?
O nosso corpo é um intrincado conjunto de ossos, carne, nervos, é uma estrutura gerada por  sexo mas alterada pelo amor, conspurcada pela indiferença e, pior, sempre igual?
E porque raio me surgem essas e tantas outras interrogações, será que também surgem as mesmas num crocodilo ou numa alforreca?
Verei se sou capaz de fazer ao meu destino o mesmo que fazemos a um lápis: afiá-lo e afiná-lo, para escrever melhor

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Saber o que temos
     Raros os homens, menos raras as mulheres que se conhecem bem. É difícil,   .
     No que diz respeito ao físico, poucos. Porque poucos estudam a anatomia do corpo humano com a profundidade dum curso de medicina, menos ainda os que durante toda a vida se dedicaram a melhorar e aumentar esses conhecimentos, através da leitura do que dia a dia se publica sobre a investigação e as descobertas e dos avanços da ciência médica.
   E no respeitante ao espírito, ainda mais raros são os que possuem conhecimentos suficientes que lhes permitam avaliar o que a própria mente possui, o que a sua psique influi no seu procedimento, nas suas reacções,  na avaliação psicológica dos outros seus semelhantes.
   Assunto para maior desenvolvimento.

   

sábado, 4 de fevereiro de 2017

*   
  Vou ver se me entendo 
 
 Vou ver se me entendo. Procurarei saber um pouco mais  de latim, alguma coisa de indu e de grego, não e por saber papaguear uma ou dias declinações, o rosa rosae, um ou dois aforismos dos mais conspícuos, que poderei afirmar que sou um homem culto, sagaz, com sabedoria suficiente para alardear conselhos, recomendar leis, afirmar presunções inabaláveis. A vida também nos traz proveitos, consolações, prazeres quando expomos uma teoria, quando argumentamos baseados na firmeza da opinião, no prestígio dos autores citados, na bondade da ideia que pretendemos se r aceite.  Afirmar que sabemos porque somos doutores é o mesmo que dizer que o que comemos é bom porque temos paladar, que uma pintura é bela porque as tintas são de boa qualidade.
    Mas, feitas as contas, ainda não me entendi. Isto de um se entender tem muito que se lhe diga. Para entender a anatomia própria, terei de voltar à juventude, o que o nosso sistema vital ainda não permite, Para entender o meu espírito, terei de fazer uma revisão dos filósofos que estudei, ou antes de cujos escritos passei pela rama, sem estudo aturado e persistente, Para entender a minha vida  terei de abandonar a fantasia, a vaidade e o orgulho.
      O mais simples é pedir ao leitor que diga o que entende de mim. 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017




Desgraçadamente, há tanta coisa que ainda não sei !

E esqueci tanto do que aprendi !

A razão dos meus pecados, da minha sombra, dos teus sorrisos !
De onde saíram os meus desejos, fantasias, paranoias ?
Quanta vida desperdicei,

Ficam-me talvez mais  dez a vinte anos.

O que é uma bonita idade para começar a ser sensato,

Recuperar as ilusões e ignorar o passado malfadado.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017


 Seriamos, seremos ? 

Há pouco tempo, em Lagos, um advogado, que    me resolveu um caso bicudo, indicou-nos um edifício em reparações ao lado do seu escritório, referindo que ali será o museu da escravatura. E comentei que a escravatura, existente em parte da pré-história, ainda hoje subsiste. E acrescentei que o dinheiro, hoje um dos maiores males da humanidade, também um dia terá o seu museu evocativo.
Todos nós na Terra, com as raras excepções de alguns santos, de alguns ascetas, de alguns desprendidos de todas as ilusões, todos nós, a partir de certa idade começamos a depender do dinheiro, começamos a nos subjugar ao dinheiro, a usar parte do nosso tempo de vida a pensar no dinheiro. Lembras-te da primeira vez que usaste o dinheiro ? Terias cinco, seis ou sete anos, querias aquela guloseima, aquele balão, aquela boneca que te olhava na montra por onde passavas a caminho da escola. Mas em casa tinhas tudo o que precisavas para viver, não davas por isso, as coisas aconteciam assim, sem te aperceberes,  pensavas que teria de ser sempre assim, nem te passava pela cabeça que fosse doutra forma. O teu mundo limitava-se aos teus desejos, o teu gosto pela vida enquadrava-se no que tinhas á tua disposição nos  poucos metros em redor. A curiosidade orientava, definia as tuas ambições e, até uma certa idade, era sempre satisfeita. E quando não o era, sempre e sem dor, olhavas para outro lado, se ainda não aprenderas a chantagem dos gritos ou do choro.
Agora, dentro da vida que Quem me criou, me permite ainda viver, agora tenho saudades dessa inocência dos meus cinco, seis ou sete anos, que me permitia não pensar em coisas esquisitas e por mim então ignoradas,  como a escravatura e a escravatura do dinheiro.
       Foi a inteligência, a esperteza, a argúcia do homem( e da mulher, (com reticências), que criaram os mercados de trocas, as tabuinhas, o dinheiro, os bancos.  Criações baseadas no interesse, na inveja, na ambição de poder, menos em necessidades vitais. Nenhuma outra espécie animal ou vegetal nasce, orienta e faz depender a sua vida desse sistema. Todas as outras espécies aproveitam para viver  e vivem dentro e do ambiente natural onde nasceram e abanam o rabo de prazer usufruindo apenas o que a natureza ou os humanos lhes concede. Tal como nós até aos cinco, seis ou sete anos, a nossa família fazia parte da natureza em que nascêramos e era tão natural o que nos davam, como para um elefante é natural a folhagem das árvores à sua volta, de que se alimenta. E, todos os outros animais chamados de irracionais, só se defendem ou atacam o que os perturba ou para se alimentarem. Não ofende nem altera sem razão, a natureza à sua volta. E, em vez de abanar o rabo, a nossa espécie aprendeu a sorrir sempre quem para ela sorri - ou quem para ela abana o rabo.
        Tudo isto pouco e mal comentando , terminamos com algumas interrogações:
               - Seríamos menos felizes se apenas tivéssemos a Natureza e os seus recursos para vivermos?
               - Seremos mais felizes se acabarem as escravaturas, entre elas a do dinheiro?   





Vão rir-se da minha insistência sobre o dinheiro. Que representa e significa apenas um desejo para o futuro. Ainda pouco sentida por muitos, que entretanto gostariam d        Nestes últimos dias, tenho andado bastante à deriva, no que diz respeito a pensar e a passar para o computador  alguma mensagem o que sinto: o que me passa pelo espírito, o que especulo sobre a vida, o que a vida especula sobre mim, o que remexe comigo, o que me perturba minuto a minuto. Remorsos alguns, tristezas vagas, preocupações inúteis. "Sem proveito toda a fonte de preocupações" diz uma sentença antiga, dum filósofo cujo nome esqueci agora.
       O que se esquece agora é por vezes mais importante que o que não se esqueceu, tem mais relevo na alma que a "fonte de preocupações", atira à consciência maior peso, altera o nosso rumo noutro sentido?
       Essa biblioteca, a nossa memória, ora aumenta, ora diminui. Ora se engrandece por algum saber adquirido com  a experiencia , ora se enriquece com a curiosidade que possuímos, ora se especializa pelo acaso que nos concede uma paisagem desconhecida, ora se empobrece pela indiferença e pelo desprezo mais ou menos voluntário por algum conhecimento adquirido. A reunião dos meus neurónios nos conjuntos de ideias, novas ou antigas, segue ora correcta ora desorganizada.
Na realidade, bem me parece que terei de lançar a fateixa ao mar, para me situar no ponto desejado.
e ver erradicadas, de vez e por completo, as escravaturas. Todas elas.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017


        Nestes últimos dias, tenho andado bastante à deriva, no que diz respeito a pensar e a passar para o computador  alguma mensagem o que sinto: o que me passa pelo espírito, o que especulo sobre a vida, o que a vida especula sobre mim, o que remexe comigo, o que me perturba minuto a minuto. Remorsos alguns, tristezas vagas, preocupações inúteis. "Sem proveito toda a fonte de preocupações" diz uma sentença antiga, dum filósofo cujo nome esqueci agora.
       O que se esquece agora é por vezes mais importante que o que não se esqueceu, tem mais relevo na alma que a "fonte de preocupações", atira à consciência maior peso, altera o nosso rumo noutro sentido?
       Essa biblioteca, a nossa memória, ora aumenta, ora diminui. Ora se engrandece por algum saber adquirido com  a experiencia , ora se enriquece com a curiosidade que possuímos, ora se especializa pelo acaso que nos concede uma paisagem desconhecida, ora se empobrece pela indiferença e pelo desprezo mais ou menos voluntário por algum conhecimento adquirido. A reunião dos meus neurónios nos conjuntos de ideias, novas ou antigas, segue ora correcta ora desorganizada.
Na realidade, bem me parece que terei de lançar a fateixa ao mar, para me situar no ponto desejado.