Seriamos, seremos ?
Há pouco
tempo, em Lagos, um advogado, que me resolveu um caso
bicudo, indicou-nos um edifício em reparações ao lado do seu
escritório, referindo que ali será o museu da
escravatura. E comentei que a escravatura, existente em parte
da pré-história, ainda hoje subsiste. E
acrescentei que o dinheiro, hoje um dos maiores males da
humanidade, também um dia terá o seu museu evocativo.
Todos nós na Terra, com as raras excepções de alguns santos, de alguns ascetas, de alguns desprendidos de todas as ilusões, todos nós, a partir de certa idade começamos a depender do dinheiro, começamos a nos subjugar ao dinheiro, a usar parte do nosso tempo de vida a pensar no dinheiro. Lembras-te da primeira vez que usaste o dinheiro ? Terias cinco, seis ou sete anos, querias aquela guloseima, aquele balão, aquela boneca que te olhava na montra por onde passavas a caminho da escola. Mas em casa tinhas tudo o que precisavas para viver, não davas por isso, as coisas aconteciam assim, sem te aperceberes, pensavas que teria de ser sempre assim, nem te passava pela cabeça que fosse doutra forma. O teu mundo limitava-se aos teus desejos, o teu gosto pela vida enquadrava-se no que tinhas á tua disposição nos poucos metros em redor. A curiosidade orientava, definia as tuas ambições e, até uma certa idade, era sempre satisfeita. E quando não o era, sempre e sem dor, olhavas para outro lado, se ainda não aprenderas a chantagem dos gritos ou do choro.
Agora, dentro da vida que Quem me criou, me permite ainda viver, agora tenho saudades dessa inocência dos meus cinco, seis ou sete anos, que me permitia não pensar em coisas esquisitas e por mim então ignoradas, como a escravatura e a escravatura do dinheiro.
Foi a inteligência, a esperteza, a argúcia do homem( e da mulher, (com reticências), que criaram os mercados de trocas, as tabuinhas, o dinheiro, os bancos. Criações baseadas no interesse, na inveja, na ambição de poder, menos em necessidades vitais. Nenhuma outra espécie animal ou vegetal nasce, orienta e faz depender a sua vida desse sistema. Todas as outras espécies aproveitam para viver e vivem dentro e do ambiente natural onde nasceram e abanam o rabo de prazer usufruindo apenas o que a natureza ou os humanos lhes concede. Tal como nós até aos cinco, seis ou sete anos, a nossa família fazia parte da natureza em que nascêramos e era tão natural o que nos davam, como para um elefante é natural a folhagem das árvores à sua volta, de que se alimenta. E, todos os outros animais chamados de irracionais, só se defendem ou atacam o que os perturba ou para se alimentarem. Não ofende nem altera sem razão, a natureza à sua volta. E, em vez de abanar o rabo, a nossa espécie aprendeu a sorrir sempre quem para ela sorri - ou quem para ela abana o rabo.
Tudo isto pouco e mal comentando , terminamos com algumas interrogações:
- Seríamos menos felizes se apenas tivéssemos a Natureza e os seus recursos para vivermos?
- Seremos mais felizes se acabarem as escravaturas, entre elas a do dinheiro?
Todos nós na Terra, com as raras excepções de alguns santos, de alguns ascetas, de alguns desprendidos de todas as ilusões, todos nós, a partir de certa idade começamos a depender do dinheiro, começamos a nos subjugar ao dinheiro, a usar parte do nosso tempo de vida a pensar no dinheiro. Lembras-te da primeira vez que usaste o dinheiro ? Terias cinco, seis ou sete anos, querias aquela guloseima, aquele balão, aquela boneca que te olhava na montra por onde passavas a caminho da escola. Mas em casa tinhas tudo o que precisavas para viver, não davas por isso, as coisas aconteciam assim, sem te aperceberes, pensavas que teria de ser sempre assim, nem te passava pela cabeça que fosse doutra forma. O teu mundo limitava-se aos teus desejos, o teu gosto pela vida enquadrava-se no que tinhas á tua disposição nos poucos metros em redor. A curiosidade orientava, definia as tuas ambições e, até uma certa idade, era sempre satisfeita. E quando não o era, sempre e sem dor, olhavas para outro lado, se ainda não aprenderas a chantagem dos gritos ou do choro.
Agora, dentro da vida que Quem me criou, me permite ainda viver, agora tenho saudades dessa inocência dos meus cinco, seis ou sete anos, que me permitia não pensar em coisas esquisitas e por mim então ignoradas, como a escravatura e a escravatura do dinheiro.
Foi a inteligência, a esperteza, a argúcia do homem( e da mulher, (com reticências), que criaram os mercados de trocas, as tabuinhas, o dinheiro, os bancos. Criações baseadas no interesse, na inveja, na ambição de poder, menos em necessidades vitais. Nenhuma outra espécie animal ou vegetal nasce, orienta e faz depender a sua vida desse sistema. Todas as outras espécies aproveitam para viver e vivem dentro e do ambiente natural onde nasceram e abanam o rabo de prazer usufruindo apenas o que a natureza ou os humanos lhes concede. Tal como nós até aos cinco, seis ou sete anos, a nossa família fazia parte da natureza em que nascêramos e era tão natural o que nos davam, como para um elefante é natural a folhagem das árvores à sua volta, de que se alimenta. E, todos os outros animais chamados de irracionais, só se defendem ou atacam o que os perturba ou para se alimentarem. Não ofende nem altera sem razão, a natureza à sua volta. E, em vez de abanar o rabo, a nossa espécie aprendeu a sorrir sempre quem para ela sorri - ou quem para ela abana o rabo.
Tudo isto pouco e mal comentando , terminamos com algumas interrogações:
- Seríamos menos felizes se apenas tivéssemos a Natureza e os seus recursos para vivermos?
- Seremos mais felizes se acabarem as escravaturas, entre elas a do dinheiro?
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