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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sou perfeito como sou. Como tu és, como é a mulher que todos os dias passa às oito e quarenta e sete, na rua, por debaixo da minha janela, a caminho do notário. Pelo trajar, pelo andar, pelo sorriso e bons modos nos bons dias que dá ao polícia de serviço na esquina, pelas mãos finas, elegância no vestir, no andar, no sorrir deduzo que é pessoa importante naquele escritório, que é pessoa muito útil e imprescindível. Se passa às oito e quarenta e oito ou às oito e quarenta e seis, acerto o meu relógio, que reage ao tempo mais agreste ou mais calmo. E tudo o que me acontece sei que me acontece porque faz parte do meu bem final. Acredito na incerteza, creio com firmeza que a minha dose de compaixão, de amor, de amizade, de creatividade abre-me duma maneira constante a janela para outra dimensão. Saio de cá para lá sem sentir que estou lá e só entendendo o que lá me rodeia, porque estou cá.
A vida agarrou-me desta forma: nem plana, nem redonda, nem quadrada.
Caleidoscópica.

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