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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Memórias dum livro - 1

                                                                    PRÓLOGO
     
               Esta é a história dum livro, da sua vida depois que foi adquirido por alguém . Não menciono o autor, porque ele me pediu para que o não mencionasse, antes de me confessar que só em sonhos conheceu a história desse seu livro, desde que o entregou a uma editora para o publicar.
                  - Mas esse sonho ou sonhos não reflectem a realidade - disse-lhe eu.
                  - Eu sei, mas sonhei com as aventuras do livro em tantos sonhos, em tantas noites quase seguidas, que começo a acreditar que há algo de real nesses episódios, por vezes tristes, por vezes rocambolescos, com frequência alegres, outras vezes revelando-me cenas imbuidas de filosofia que não me ocorreria relembrar.
               O meu amigo autor, segurava o livro com as duas mãos, dando-lhe voltas e folheando-o com delicadeza,  sem se deter nalguma das páginas e olhando-o como se olha para um amigo de toda a vida ou para um objecto de estimação e valor incalculável.
                    - E como vão as vendas?
                    - Olha, nisto das editoras também é preciso ter sorte. Começo a suspeitar que a editora a que me liguei me está pregando uma vigarice. Como sabes, contei-te há dias, o contrato que fiz envolveu-me num pagamento duns milhares de euros, na condição de difundirem o livro pelas estações de rádio e de televisão, de enviá-lo a diversas personalidades que indiquei, E até hoje, segundo as informações que tenho, nada fez nesse sentido. Enfim, falta de experiência minha, não posso recorrer à justiça, não tenho dinheiro para isso e de resto, para què a justiça, se só daqui  a sete ou dez anos veria o processo decidido pelo juiz?
                      - Mas, de qualquer, maneira parece que estás contente com o livro!
                      - Estou, estou. E agora mais porque os sonhos relatando as aventruras do meu livro distraiem-me bastante. E até me dão motivos para enriquecer as conversas com os meus amigos, conversas que me alegram sempre a vida...
                       - É verdade. Conversar é uma das melhores forma mais agradáveis de encher parte da vida..
             Com a prévia autorização do autor, passo a relatar os episódios em que se envolveu o livro.
             Porém, se algum dos seus leitores se sentir retratado no livro, será pura coincidência. Um sonho é um sonho, não se lhe pode atribuir alguma responsabilidade por se aparentar aqui ou ali, com a realidade.
(continua num dos próximos dias)

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