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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Outra profissão

             Há uma ocupação em que nunca me envolvi: ser pedinte, pedir esmola, pedir interesses, pedir favores. Pedir, pode até considerar-se uma profissão, se por esta se entende constituir uma forma de ganhar a vida, Como muitos consideram a gatunagem como profissão, a corrupção como ganha-pão. Todavia, atentemos que há muitas formas de pedir esmola. Desde o pedinte que se fez rico e continua a pedir, como aquele personagem do filme "Deus lhe pague", até ao pobre que pede para os outros pobres, como Jesus Cristo. Desde o pobre que expôe as suas mazelas, verdadeiras ou falsas, até ao pobre, que se apresenta bem asseado e que apenas estende a mão a quem passa, à porta da igreja. Desde o pobre que pronuncia frases agradáveis para quem ali circula ou que canta e toca um instrumento, até ao pobre que se mantem mudo e quedo, sentado, de olhar distante. Desde o pobre solitário que nem a mão estende à caridade, até ao mascarado que se apresenta como uma estátua imovel, inespressiva e insensível ao ambiente ou até ao que se serve de crianças ou de animais para suscitar curiosidade, tristeza ou compaixão. Na pobreza há grande diversidade.
               Também na gatunagem e na corrupção, existem muitas variantes.



               Até na pobreza há diversidade.

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