Não me perguntem pelos fins
Pelos meios, nem pelos quartos às escuras
Nem me façam perguntas idiotas
Às quais eu não quero nem sei responder
Dêem-me seja o que for,
Que me vire a vida do avesso
Para ver o que lá tenho, o que lá conservo.
Como eu queria, em menino
Ver a outra face da lua
Que o severo professor
Dizia que estava sempre,sempre
E sempre às escuras.
Eu não acreditava
Na minha ingenuidade
Podia lá acreditar.
Por isso, um dia
Ele deu-me uma nota baixa
Porque eu lhe perguntei
No meio da sua lição,
Quando tinham apagado a luz
Do outro lado da lua.
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