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segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Um côco

Olho dentro de mim, parece-me um côco que estou tentando partir com uma catana. A superfície áspera do côco lembra-me que as ideias que me afluem têm a mesma aspereza, a mesma rudeza e dificuldade de compor, orientar, dirigir. Impressiona-me a falta de vibração, de energia, de explosão. Julgando-me dentro dum labirinto, estranho as paredes, que não são de pedra, de musgo, de flores. Apenas de murmúrios, de sussurros, de hesitações, de portas abertas aos sonhos. E anseio por ver trinta cavalos correndo em liberdade, sem freios, nem arreios, nem rédeas, crinas e caudas ondulando ao vento, parando à beira dum riacho para se dessedentarem. Mas, no fim, o côco caindo no empedrado da praça, abrindo-se para me sossegar e matar a sede.

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