4 Um bom cavaleiro
Um bom cavaleiro conduz o
seu cavalo a um salto perfeito sobre um obstáculo que não existe.
Procura depois encontrar outro salto. Mas sendo o campo de
obstáculos imaginário, termina o percurso sem faltas e em tempo
“record”.
Mas falemos sobre um
cavaleiro normal, transpondo obstáculos não fantasiosos.
O bom
cavaleiro frequentou uma escola de virtudes, de bondades, de
inclinações do seu carácter num sentido são da vida, para si,
para os semelhantes e para todos os outros animais. Que o leva, antes
de aprender a cavalgar, a respeitar a vida e o direito correspondente
à natureza e às condições que o Criador colocou à disposição
de todos os seres vivos. E o cavalo, como todos os animais, lançado
na vida em liberdade, vive dos recursos animais e é cioso da
liberdade, da liberdade em que a sua espécie foi lançada quando
nasceu. E, como acontece em muitas espécies, é um animal gregário.
Todos os animais
aproveitam os recursos naturais para se alimentarem ou, como no caso
dos carnívoros, doutros animais existentes na natureza onde vivem.
Mas apenas com este fim os submetem, um animal saciado, com excepção
do homem, não aprisiona outros da mesma espécie ou de espécies
diferentes para satisfazer outros desejos. Apenas o homem e a mulher
constituiem a
única espécie que afasta animais da sua
ou de outras espécies, do seu meio natural para os submeter em seu
proveito, de formas variadas e para diversos fins distintos da
alimentação.
Muitos
séculos antes de Cristo, supõe-se que a partir de 2000 anos a.c. o
homem e a mulher começaram a submeter os cavalos para outros fins.
O cavalo
tal como muitos animais, quando acompanhado e acarinhado desde que
nasce ou desde tenra idade, mantem-se fiel e leal. O que nem sempre
se reflecte nas atitudes dos donos, logo que atingem o último
estágio da vida. Passam então, quase sempre, a servir para o
reboque de carroças, de charruas e arados ou doutros utensílios. E
terminam muitas vezes nos talhos e açougues.
Inúmeras
histórias de cavalos atestam a sua lealdade, fidelidade e nobreza e
o esquecimento a que são votados pelos humanos. Porém, cabe aqui
referir, que quase sempre se glorifica o cavaleiro pelos feitos
conseguidos com a colaboração e auxilio imprescindível do cavalo.
E este apenas recebe um afago ligeiro no pescoço e talvez a melhoria
da ração seguinte.
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