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segunda-feira, 24 de outubro de 2016


4 Um bom cavaleiro

Um bom cavaleiro conduz o seu cavalo a um salto perfeito sobre um obstáculo que não existe. Procura depois encontrar outro salto. Mas sendo o campo de obstáculos imaginário, termina o percurso sem faltas e em tempo “record”.

Mas falemos sobre um cavaleiro normal, transpondo obstáculos não fantasiosos.

O bom cavaleiro frequentou uma escola de virtudes, de bondades, de inclinações do seu carácter num sentido são da vida, para si, para os semelhantes e para todos os outros animais. Que o leva, antes de aprender a cavalgar, a respeitar a vida e o direito correspondente à natureza e às condições que o Criador colocou à disposição de todos os seres vivos. E o cavalo, como todos os animais, lançado na vida em liberdade, vive dos recursos animais e é cioso da liberdade, da liberdade em que a sua espécie foi lançada quando nasceu. E, como acontece em muitas espécies, é um animal gregário.

Todos os animais aproveitam os recursos naturais para se alimentarem ou, como no caso dos carnívoros, doutros animais existentes na natureza onde vivem. Mas apenas com este fim os submetem, um animal saciado, com excepção do homem, não aprisiona outros da mesma espécie ou de espécies diferentes para satisfazer outros desejos. Apenas o homem e a mulher constituiem a única espécie que afasta animais da sua ou de outras espécies, do seu meio natural para os submeter em seu proveito, de formas variadas e para diversos fins distintos da alimentação.

Muitos séculos antes de Cristo, supõe-se que a partir de 2000 anos a.c. o homem e a mulher começaram a submeter os cavalos para outros fins.

O cavalo tal como muitos animais, quando acompanhado e acarinhado desde que nasce ou desde tenra idade, mantem-se fiel e leal. O que nem sempre se reflecte nas atitudes dos donos, logo que atingem o último estágio da vida. Passam então, quase sempre, a servir para o reboque de carroças, de charruas e arados ou doutros utensílios. E terminam muitas vezes nos talhos e açougues.

Inúmeras histórias de cavalos atestam a sua lealdade, fidelidade e nobreza e o esquecimento a que são votados pelos humanos. Porém, cabe aqui referir, que quase sempre se glorifica o cavaleiro pelos feitos conseguidos com a colaboração e auxilio imprescindível do cavalo. E este apenas recebe um afago ligeiro no pescoço e talvez a melhoria da ração seguinte.

















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