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sábado, 2 de julho de 2011

A mulher vestia-se à pressa, envergoou a camisa amarrotada e que não conseguia alisar desde que aquela velhaca do terceiro direito lh'a pedira emprestada para o casamento do afilhado e que lh'a devolvera naquele estado e com imenso descaramento lhe dissera que trazia a camisa assim porque a tábua engomar se partira e o parvo daquele marido, minha amiga, não arranjara, minha amiga os maridos agora já não são o que eram os maridos de antigamente, o marido da minha avó esse sim é q'era um marido como deve de ser, a minha avó contava-me q'êle volta e meia dáva-lhe uma grande ccça mas até concertava o jarro do leite q'ela tinha partido quando eu era garota, imagine, minha amiga, q'até me levava à escola e no caminho depois de pasarmos a chapelaria, aquela amiga dele na rua da república estava sempre à janela e chamava-o sempre, dizia-lhe sempre oh Carlos toma aqui um cafezinho comigo, o Januário hoje embarcou para a pesca, eu nunca percebi porq´é q'o meu avô depois de falar com ela continuava cheio de muita pressa a ir comigo, largava-me na escola e voltava para casa ainda mais cheio de pressa. Mas os velhotes do tempoo deles dizem-me sempre q'ele era um homem honrado, era um homem honrado sim, minha senhora, ele até pagou uma dívida que tinha com aquele preto, auele q' éra o único preto cá da terra e que, não desfazendo, era um preto que parecia um branco , era um benemérito num verão até ofereceu uma cama à inquilina dele que o esmifrava sempre que podia e ele aos domingo aempre lhe levava peixe fresco e ela, a velhaca, uma vez, quando ele não pagou a renda até foi fazer queixa à polícia.

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