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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Conversa à mesa duma pastelaria(3)

         - E foi?
         - Fui, de boleia até Madris e depois de comboio. Perdia muito tempo nas boleias e consegui chegar ao Sussex daí a mais dois dias. Mas o passaporte e a licença,atrasaram-me muito.
          - Agora não precisamos nem duma coisa nem doutra, mas à boleia é muito dificil - disse Pedro - e quanto tempo esteve por lá e o que fez?
           - Quando lá cheguei, já não contavam comigo, atrasara-me uma semana mas o dono da quinta tinha falta  de mão de obra e admitui-me na mesma. Entrei a trabalhar num grupo de quinze rapazes e seis raparigas, todos estudadntes em férias e de diversos paises da Europa. Eu apanhava das sete às doze da manhã, apanhava trinta a quarenta caixas de maçãs e depois do almoço umas vinte ou trinta. Nos fins de semana, aos sábados não se trabalhava, íamos a Londres, de comboio, em meia hora lá chegávamos. Eu aproveiava para conhecer Londres, visitando o que as finanças me permitiam, conversando com quem podia para melhorar o meu fraco inglês e mesmo frequentando, à noite, um ou outro club. Mas estou-me desviando muito do assunto da vossa conversa, sobre as vossas futuras profissões.
          Francisco que se mantivera sem se manifestar , disse:
                - Mas a mim não me interessa ir colher maçãs, penso em medicina ou farmácia...
                - Compreendo mas para todos os ramos profissionais é possivel encontrar nas vossas férias uma actividade que vos mostre e demonstre o interesse pela profissão.
                - Suponho que os hospitais não contratem ou convidem estudantes...
                - Não contratam, mas admitem voluntários para diversas actividades dentro dos hospitais, em todos os hospitais do nosso país se encontram voluntários. Não para exercer medecina ou farmácia para ajudar, p.ex. no apoio aos doentes quer levando-lhes bandejas com alimentos quer, noutros casos, semplesmente acompanhando-os e conversando com  os doentes que lhes indicarem.
Eu também já tenho feito serviço de voluntariado nos hospitais. E creiam, conversar com um doente que está isolado, que não recebe visitas porque não tem família ou amigos que o visitem, creiam que é muito importante. Aliás nos  cursos de medecina existe sempre a cadeira de psicologia onde se estuda que um bom médico é sempre um bom psicólogo.
(continua)

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