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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Conversa...(7)

                  - Olhe,senhor Lourenço, eu e a minha esposa tambem tivemos problemas de comunicação com os nossos filhos, muitas vezes falávamos no que devíamos dizer-lhes, no que deveríamos ter-lhes dito, no que havia ficado por dizer-lhes. Mas como se deve ter passado consigo os filhos não são iguais, o que dizemos a um e ele nos escuta,pode influenciar alguma coisa no seu comportamento e se  dizemos o mesmo a outro filho,o reflexo do que ele nos ouve é completamente diferente,o efeito é muito diferente, dum filho ou  duma filha conseguimos que nos atendam, que sigam um conselho, e notamos mesmo quando ainda são crianças, notamos que para outro de nada serviu o que lhes dissémos.
                   - É isso mesmo, uns filhos são mais dóceis que outros, mais obedientes...l
                   - E, senhor Lourenço, falando de obediência, mesmo isso é muito relativo...Por vezes pensamos que nos obedecem e estão a rir-se  de nós, com  ar sério..Aliás, para mim. acho que a obediência não se deve impor, deve ser natural, digamos como que silenciosa, não deve necessitar de palavras de imposição. A minha esposa, não sei se se passa o mesmo com a sua, consegue que os filhos lhe obedeçam, sem dar ordens, sem gritarias. sem guerra, ela consegue-o apenas por sugestçoes não por imposições..
                    - Mas como é isso senhor Fernando?
                    - Dou-lhe um exemplo, ela dizia à nossa filha, apenas com cinco anos: Helena, sabes onde estão aqueles teus sapatos azues que não os encontro ?  E a Helena, que os tinha descalçado na noite anterior, de imediato ia buscar e trazer os sapatos já calçados. Mas se lhe dissesse "Helena, vai já calçar os sapatos!" a Helena respondia-lhe "oh mamã também não  precisas  de tanta pressa!
                     - Ah, os meus filhos estão numa idade que só obedecem quando querem e como querem !      
                     - Julgo que todos os pais passamos por essa fase, numa  certa idade dos filhos. Mas os pais tambem foram educados duma certa maneira, os nossos pais doutra geração e os pais dos nossos pais, doutra. O que tenho reparado ao longo da vida é que a violência dos pais contra os filhos, seja física seja apenas nas palavras, raro não traz consequências na mentalidade dos filhos. Embora nesse ponto verifiquemos que uns conservam sequelas nefastas durante toda a vida, outros a vida ensina-os a passar uma esponja.
(continua)

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