Mesmo aos que mais amamos, nunca dizemos tudo. Como os nossos ouvidos nunca ouvem tudo.
Nunca dizemos tudo aos que mais amamos. Por ciúmes ocultos, por indiferença cimentada pela suspeita, por razões que a razão não quer reconhecer.
A um estranho conhecido há poucos minutos fazemos confidências apenas no intuito de despertar a atenção, de intentar obter simpatia, por interesse, por desejo do conhecimento e da intimidade apenas porque naquela ocasião nos atrai. Nos atrai porque é uma cara bonita, porque julgamos que ali está a fuga da nossa solidão.
Nunca dizemos tudo ao chefe, ao amigo, à esposa, Porque são assuntos, coisas, sentimentos, intenções, só nossos.
Tal como não gostamos de arrancar a nossa pele.
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