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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Economia na realidade

           Vamos supor uma família normal, das normais e portuguesas. O progenitor recebe o seu ordenado no dia 3o e entrega ao outro progenitor o que está combinado. Para que o outro progenitor pague as despesas  normais duma família : os alimentos, vestir e calçar de todos, água, gaz, electricidade, etc, sobrando algum para as suas despesas pessoais..Mas, ainda supondo, claro : no dia dez ou onze, o progenitor que entregou ao outro o combinado, pede-lhe de volta dez por cento do que lhe entregou no princípio do mês, alegando despesas extraordinárias. O segundo progenitor não gosta, refila, revolta-se, zanga-se . Mas perante a argumentação forte e feia do primeiro progenitor, termina entregando o que o primeiro exige . E durante o resto do mês. haverá menos uma batata em cada prato, um bife mais pequeno e menos bifes mais pequenos, em menos dias de bifes mais pequenos.
  .           O mesmo faz a inflação . Agora com o euro, parece que votada ao ostracismo. Não, não foi nada votada ao ostracismo. O que foi é que foi esquecida, de propósito. Reparem que nunca mais se falou na tal da  inflação. tão amaldiçoada por uns, tão louvada e acarinhada por outros. E todos os anos víamos escrito, louvado e abençoado , o euro, porque a inflação teria sido no ano anterior de um, dois, raramente três por cento. Façam as contas. Uma bica custava no ano um do euro, custava, em euros, seis ou oito cêntimos. Hoje pagamos pela mesma bica, pelo menos 65 cêntimos..Vejam que inflação  castigou o preço da bica. Mais , bastante mais que dez por cento ao ano. O mesmo se passou, mais ou menos com todos os artigos que temos de comprar para vivermos a nossa vida em paz, sem fome, vestidos e calçados. Façam as contas.
                 E assim, passando-se coisa semelhante à que se passaria naquela família normal, referida no princípio deste assazoado, o progenitor que recebe o seu ordenado, que reputa justo, ou que não tem outro remédio senão aceitar, ordenado estabelecido para todo o ano, com uma perspectiva de um certo poder aquisitivo para todo o ano, com que realidade se depara, depois de decorridos alguns meses desse ano ? Verifica que já não pode adquirir o que pensava adquirir com aquele ordenado. Passando-se o mesmo que com a bica, a meio do ano verifica que o que recebe só lhe chega para comprar menos cinco ou mais por cento, do que em Janeiro. Não deixa de ser uma falcatrua, ou não ? E bem encoberta e mal explicada, ou não ?
                  É por esta e por outras, que não querem, nem querem pensar, em acabar com o dinheiro.
                  Os economistas mais honestos são, na minha opinião os chefes de família. Agora. por fim, já começamos a ouvir reputados comentadores referirem que os governos deveriam adoptar as regras e os ensinamentos da economia familiar. Não gastar mais do que se produz ou que se ganha. Não pedir emprestado mais do que se possa pagar. Etc..Mas existirão sempre os espertos que se aproveitam dos mais fracos.

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