E eu mencionei antes a preguiça, porque não encontro o termo apropriado para faltar a um compromisso próprio, que se faz e satisfaz com gosto. Se uma constipação aguda me leva à cama, acompanhada por umas décimas de febre, não sinto a necessidade de escrever, que todos os dias sinto, se outra actividade importante não me preencha o tempo de que disponho. Porque, há tanto para descrever e encher e talvez enriquecer uma página! Arejar a imaginação, desfrutar do que o quotidiano nos oferece, imaginar o futuro daquele casal que cruza lentamente a rua, tão lentos que parecem querer poupar a sola dos sapatos, tão sérios que parecem ter esquecido que vivem, tanta resignação nas faces que parecem ter esquecido que há sempre futuro.
Pouco custa ser repórter dum momento.
Basta olhar.
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