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domingo, 11 de maio de 2014

Esperança de vida

              Qualquer obra de arte, de valor reconhecido pelos peritos especialistas, é sempre digna de boa conservação, isolando-a de qualquer agressão que lhe retire o mérito, prejudique a beleza, ou a sujeite a condições desfavoráveis. Assim vamos  conservando as esculturas, pinturas e construções célebres, muitas com séculos de existência. No entanto, o Criador, nosso Deus que lançou neste mundo a máquina mais maravilhosa que existe e que possui a qualidade de se reproduzir, não mantem esta sua obra de arte por mais que algumas dezenas de anos, sem qualquer possibilidade de se conservar viva por muito tempo, tal como se conserva a "Pietá" ou a "Mona Lisa". Claro que a diferença está na vida que o Criador concedeu aos nossos corpos e que é independente destes - não sabemos nem o Criador deixa que o saibamos, se a vida do nosso espírito termina quando o corpo se fina e volta à  terra.
             Porém, quem nos criou, deixa-nos em liberdade depois de nascermos, tal como procede com qualquer dos outros animais que criou ou deixou criar - embora o homem muitas vezes a anule. Deu no entanto, à mulher e ao homem, a faculdade de evoluir em vários sentidos, quer no corpo quer na mente, transmitindo muitas dessas melhorias quando se reproduz. Deu-lhe a liberdade de estudar, de investigar, de transmitir conhecimentos à descendência, deu-lhe inteligência para coordenar ideias, dedicar a memoria e organizar o ensino de forma que nada do que encontrou e descobriu, se perca como objecto inútil.
             A esperança de vida vem aumentando numa progressão quase geométrica. Há setenta anos uma sexagenária era considerada  de idade próxima da morte, a reforma dum trabalhador era concedida nessa idade. Há cem anos a esperança de vida era de pouco mais de quarenta anos. Hoje,  ronda os oitenta. Há setenta anos, na minha cidade vivia apenas um homem com oitenta anos; hoje, com mais do que aquela idade contam-se uma dezenas.
             Mas nestes nossos tempos, também tem aumentado a esperança de tratamento e cura de muitas dores, achaques e doenças que atingem os mais velhos. O meu Pai, morreu com sessenta e sete anos, após o quinto enfarte que o atacou. Nesse tempo - no ano de 1943 - nem ainda se usavam os comprimidos de nitroglicerina. Hoje, descoberta a causa dos enfartes, com cuidados na alimentação e uma vida saudável - um mínimo de exercício físico todos os dias - a mortalidade pelos enfartes diminuiu de forma espectacular, de tal forma que a esperança de vida dum doente cardíaco  aumentou dezenas de anos. E, segundo li algures, a esperança de vida dos que nascem hoje, ultrapassará os cem anos.
              Portanto, e concluindo: Deus deu-nos liberdade à nascença, para evoluirmos no sentido de nos podermos conservar com vida como qualquer obra de arte que a mulher ou o homem criem ou tenha criado.
              Com a grande diferença, que é a oferta da vida.                    

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