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quinta-feira, 1 de maio de 2014

O sistema pensaclínico

          Nada, pensava eu após grande esforço, como aplicar os meus conhecimentos básicos de mineralogia na concretização dos anseios e desejos mais profundos. Para explorar  cada vez a maior profundidade os gases e os petróleos são necessários capitais imensos, maquinaria complicada, estudos intensos. Para explorar sentimentos, anseios ou desejos  profundos as mulheres e os homens necessitam de recursos imensos de sabedoria ou de estupidez: a primeira para conseguir sonhar, a segunda para entrar na relaxação.
           Pensar é perfurar a memória, conseguindo que alguns genes se entretenham em combinações lógicas. "Despensar", uma palavra da qual são meus os direitos de autor, é envolver-nos no sono da apatia, esse sono sem sonhos, essa vacuidade sem vácuo, esse nada que muito desconhecemos mas onde germina a semente invisível do despertar. Despensar nunca pode acontecer a quem não pensa tal como não podemos entregar ou dar um objecto que  desconhecemos, ou dizer uma palavra que ainda não sabemos, que  nem sequer ainda ouvimos. Quem não pensa pode dormir mas não despensar. E a mineralogia veio a propósito porque, àlém daqueles sistemas complicadíssimos em que se classificam os minerais, triclínico, ortorrômbico,etc.., como os pensamentos são combinações intrincadas de neurónios vadios ou muito organizadinhos e   ligados por sinapses diligentes - como os minerais são combinações de  elementos químicos ligados intimamente pelas forças da natureza - assim eu poderei incluir os pensamentos num sistema mineralógico - o "pensaclínico - que diz respeito aos minerais pensantes constituídos pelos neurónios e ligados intimamente pelas sinapses. O que é um facto que qualquer estudante de medicina verifica nas primeiras práticas de anatomia. Todos constatam, se não estão na galhofa costumada, que ao pegar num cérebro de qualquer animal terão que usar um microscópio muito potente, muito especial -  que não sei se já se encontra à venda nos mercados - para encontrar os neurónios.
         Já estou muito corado, pelo ataque que vou sofrer da parte dos especialistas nestas matérias , o mínimo que poderão dizer é que não falamos a mesma língua.

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