* Uma criança, de dois, três ou poucos mais anos de idade não mente. Não tem pressa, não se irrita, não tem depressões. Pode implorar, gesticular, chorar - mas não mente.
Não mentir é uma das manifestações da sua pureza, uma expressão da autenticidade das suas intenções. Os pais e os outros humanos é que praticam a mentira, não raro também com os filhos. Aa suas artes de comunicação derivadas dos princípios bases da sua educação contribuiem muito para uma visão deformada e não sentida da realidade, que os leva com frequência ao recurso à mentira como forma de atingir algum objectivo que lhes parece útil.
E ainda que em casa, os pais não usem da mentira como ferramenta da educação , na escola primária cedo surgem as surpresas para a criança, cedo esta começa a ser enganada com a ocultação da verdade e a substituição desta pela mentira, mais ou menos camuflada pelo aproveitamento do interesse e da curiosidade da criança.. E o choque dessas surpresas provoca-lhe a sedimentação da desconfiança, o aparecimento da dúvida perante a verdade, começando a criança a reagir como quando se queima pela segunda ou terceira vez. E a chama da mentira chamusca, por vezes, muito mais que a duma fogueira.
Uma criança se não tem medo, não mente.
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