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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Avareza nos agradecimentos

      Quem agradece aos pais o muito que lhe ensinaram ? E em particular à sua mãe ? Talvez 0,0001 dos humanos. As razões do costume : não pedimos para nascer (sabemos se não ?), isso é a função, a obrigação dos pais (e quais são as dos filhos?), é a vida (e não é a tua?), etc.. E custa tão pouco agradecer, somos em geral tão pouco agradecidos, agradecidos com amor não o agradecimento do género do obrigado,gracias, merci, thank you, spassiba, que se solta de forma automática, como se expira o ar dos pulmões ou como se dá um passo normal numa caminhada. E no entanto, os senhores que me lêem (e os que não me lêem) já empregaram um minuto do vosso tempo precioso a  pensar quanto aprenderam nos primeiros dois, três anos de vida ? As palavras da nova língua que aprenderam, tão diferente da que talvez noutra vida terão aprendido, imaginem passar do hebraico, do chinês ou do coreano para este português tão rico de palavras ;  o conhecimento da imensidão de pessoas, de objectos, de animais, em imagens  que os olhos vão aprendendo a distinguir; os mil cheiros e sabores novos ; o frio, o calor, as dores no corpo. Enfim, um sem número de sensações. E em particular, aprender a sorrir e a chorar : as suas causas e os seus efeitos.
        E às nossas mães devemos, nesses primeiros anos, a maior parte de tudo isso, raramente agradecendo.Não tendo pedido para nascer (sabe-se lá?).
        Nem falando daqueles nove meses e do minuto final quando por aqui aparecemos.
        Obrigado, muito obrigado, minha Mãe !
            

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