É bom pensar, é bom percorrer a nossa base de dados mental, navegar por entre os escaninhos da memória, abrir a escrivaniha cerebral onde guardamos os melhores momentos no nosso passado, as melhores recordações, as imagens da vida que mais nos impressionaram. Voltar a ver o quadro negro da sala de aulas da universidade onde eu e mais cento e oitenta e um provaveis futuros agrónomos aguardávamos com grande curiosidade a chegada do professor de física agrícola, um professor catedrático quase em idade de reforma que nos parecia um velhote nos seus sessenta anos e que nos encarou a todos sem sorrir, de ar condescendente, a primeira coisa que nos disse era que estávamos numa aula universitária e que a primeira coisa que exigia era que todos teríamos de vestir correctamente, não esquecendo a gravata, a "gabadine" despida nos dias de chuva, todos de pé quando entrasse na aula, etc. cinco minutos de avisos e recomendações, podem levantar-se está terminada a apresentação, boa tarde e até amanhã.
Eu tinha então dezasete anos. Foi o que mais me impressionou na entrada para o Instituto de Agronomia.E a imagem desse dia continua numa gaveta daquela escrivaninha.
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