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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Tempos perdidos

                O poeta popular algarvio António Aleixo, segundo consta da sua biografia, todos os dias inventava alguns versos, em geral quadras, que dizia enquanto engraxava os sapatos dos seus clientes. Isto causou-me algum remorso. Pelos dias, pelas horas que tenho vivido sem nada fazer, de tanto tempo que por mim passou sem convívio com a família ou com amigos, sem recordações agradáveis que reviver, sem obra ou acção útil na sociedade em que participo e com que partilho os factos diários.
                Ocupo  bastante tempo, mas passo muito tempo da vida que poderia aproveitar melhor. E isso, penso que também é pecado, porque nos foi concedido um bem, èsse tempo perdido, que não usamos e gozamos. E o que sinto, é que tenho perdido muito que não poderei recuperar. Agora compreendo melhor Proust, na sua obra magnífica "em busca do tempo perdido", que dentro de pouco tempo vou reler e melhor compreender. Depois, falarei de novo sobre êste tema.
                 O remorso, por vezes, tem as suas vantagens.     

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