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quarta-feira, 29 de outubro de 2014
O que é que não fiz
Mas o que é que não fiz para estar aqui
Como se dispuseram os astros no meu destino
Onde me encontrei antes de regressar
Das circunvalações emaranhadas dos adeus perdidos
Onde ficou registado o meu deve e haver
Para onde estou condenado a seguir
Onde está o arco-íris que habitei
Onde deixaram a jaula onde me confessei?
Desconheço as nuvens que percorri
Lembro-me da cara fresca, de aspeto intrigado
Que me mostraste quando te conheci
Eramos crianças, ficámos admirados
Tu com as tuas tranças,
Eu com o cabelo rapado
E o teu tão bonito, naquele frisado
Onde eu via tudo, até via o mar.
E hoje continuamos
Com fé incontida
A nos dar as mãos
A brincar às escondidas
Naquele quarto escuro
Sem paredes e portas
Do nosso passado
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