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sábado, 22 de novembro de 2014

Aquele pássaro

Estou contente:
Aquele pássaro debica
Na consola dessa janela
O que satisfaz
A minha dose diária, obrigatória,
De alegria,
Ainda lá está,
Descobrindo, segundo a segundo,
Mais sustento,
Sempre atento, sempre astuto
Vigilante,
Não repara em mim, atrás dos vidros.
Mas não se preocupa,
Não se abespinha, nem se enraivece
Com a problemática do seu posto de trabalho,
Repete o mesmo caminho na consola,
Não profere reivindicações,
Não exige aumento de ordenado,
Vive do vento das suas asas,
Sem tormento pelo que ali se passa,
Não paga impostos,
Vive na rua,
Não tem horários,
Guia-se pelo sol,
E pela lua.
E o que eu gostaria,
Era  saber
O que ele pensa,
Do meu viver


Eu sou assim,
Tenham paciência.
Saem estas coisas
De dentro de mim!

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