Já são demais os nimbos e os cumulos, catano. Há muitos anos que não tínhamos, aqui no Algarve, um novembro assim! Em vinte e um dias apenas dois, sem nuvens. Eu gosto das nuvens, por vezes gosto de me sentir dentro delas, ou de andar nelas, gosto imenso da sobremesa "nuvens", que os espanhóis também chamam de "islas flotantes" (não confundir com farofas, um acompanhamento de farinha de milho ou mandioca), acho muito bonitos os cumulo-nimbos, ao contrário dos aviadores que evitam sempre entrar dentro deles. tão luminosos, tão arredondados, não o redondo que dizem alguns vinhos terem, não sei o que é o redondo dum, vinho, redondo, dizem, é um vinho que não tem arestas, o quê? O vinho pode ter arestas, pode ser um cubo, um paralelepípedo. uma pirâmide? Explicam dizendo que é uma metáfora, que um vinho sem arestas não tem um elemento sobressaindo e que um vinho é redondo quando o sente na boca e percebe todos os elementos de forma harmoniosa. Quando é suave e aveludado não é adstringente nem ácido e ainda, falando por metáforas, como se fizesse um circulo perfeito na boca, passando do aroma ao sabor, à textura( outro mistério dos vinhos) e com estrutura equilibrada. Pois, todavia, para mim, um bom vinho é o que me sabe bem, não me deixa a boca amarga depois de beber um golo. Não é o que tem escrito em metade dum rótulo todas essas características misteriosas da estrutura, do arredondado, da textura, das arestas, etc..E que nos ensina a falar dele por metáforas.
Não quero que os leitores pensem que estou sempre agarrado ao vinho. Não, ao almoço um copo até dois decilitros, cai-me bem. E é salutar, na opinião moderna dos distintos clínicos.
No tempo do vinho a pataco em que se vendia o vinho a dois tostões o litro, o mesmo que custava um pacote cheio de castanhas assadas, a propaganda nacional dizia: "beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses"( tantos os que trabalhavam nas vinhas). Hoje a propaganda baseia-se nas vantagens pr'á saúde, de dois decilitros por dia.
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