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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017


       Episódio
       Aproximei-me da gata da Chachão, a cozinheira da casa da minha avó, que sempre tratava bem o miúdo que eu era,  o filho do senhor comandante e da menina Rosa. Iniciei um gesto de fazer uma festa à gata, um bicho cujos maus fígados eu ainda desconhecia, nos meus seis anos de fraca experiência da vida      
            - Óh menino, na mexa na Perdida qela larranha !- exclamou a Chachão no seu dialecto serrado, enquanto mexia a sopa no tacho de barro.
      Todos os animais que até então conhecera, eram desprovidos de manifestações de solércia, de velhacaria, de reacções perigosas. Sabia que as galinhas, os perus, o cavalo Palhaço não me ameaçavam, apenas estava ciente que o leão era um animal perigoso, a pele dum deles na sala com um buraco de bala no lugar do pescoço tinha uma história que era prova contundente.
       Mas a gata, a Perdida, continuou impávida, na sua limpeza matinal de lambidelas no pelo.    
       



      
   

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