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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Com o sal suficiente

No fundo do meu pensamento há uma angustia demoníaca, sem pejo, sem qualquer fulgor, palpitação, parece que flutuo dentro dum líquido  mais denso que as aguas do Mar Morto, custa-me mover-me, esbracejar, esboçar qualquer movimento, sair, respirar, até me custa continuar a escrever, tento mudar a caneta com que desenho estas letras, não, que ideia esta, estou escrevendo no computador e a minha caneta é o toque dos meus dedos nas teclas que vão ressoando nos seus tiques e taques, as canetas e os lápis não fazem  tiques nem sequer inocentes taques ou toques ou lá como se chamam os sons deste matraquear que os inventores e investigadores da informática ainda não descobriram o modo de silencia-los, nesse dia, após uma campanha a nível mundial com gráficos, estatísticas, entrevistas reais e republicanas em que anunciam em termos amigáveis que irão fabricar um bilião duma primeira edição de computadores sem tiques adiantando-se à concorrência que se prepara para lançar a campanha dos computadores sem taques, as encomendas já ultrapassam a produção prevista e as estatísticas ainda não efetuadas fazem prever um aumenta de  vendas preocupante.
Oxalá que não demorem a lançarem essa maravilhas no mercado para que me desapareça esta angustia demoníaca.
        (Uma dúvida: se se deve escrever como se pronuncia, devemos pronunciar efetuadas ou efectuadas?  Mas não confundo o pacto com o pato, em particular se o respetivo ou respectivo arroz  está bom e não lhe falta sal.) 

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