Número total de visualizações de páginas

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016


Só me encontro quando não me procuro, só não penso quando desvario, só não vivo quando não estou, quando me entrego na agonia da apatia ou do tédio, quando não alcanço. E só me entrego quando me querem , nunca quando me querem comprar, nunca quando insistem em elogiar-me. Mas sempre que me abrem alguma porta da fantasia.
A vida tem de ser uma grande patuscada, não deve ser uma pequena história. dentro das convenções, dos horários, dos carimbos, do obrigatório,  dos tempos dos faz de conta, dos lugares comuns. Quero lá saber dos lugares comuns. Irritam-me os lugares solitários, chateiam-me os semáforos, as artimanhas, as reticências, os pontos finais. Basta-me, pelo menos, estando sozinho,  pensar no ponto e virgula,na importância complexa de estarem unidos, o pontos por cima da virgula, sempre machista.
    Não é por escrever muito que fica escrito alguma coisa de jeito. As palavras estão lá, na memória de cada uma ou de cada um. A arte de as selecionar,eleger e figurar numa frase elegante, contendo alguma sabedoria e de expressão concisa, é rara, é privilégio de poucos. Simples, preciso e conciso, deve ser a falação, dizia o meu pai.

Espero ter mais sabedoria que a que possui um ponto final.

Sem comentários:

Enviar um comentário