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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Andanças e artimanhas

               A comissão de inquérito ao caso do Banco Bes durante quinze ou mais horas, interrogou ontem Ricardo Salgado e o seu primo Ricciardi. A opinião de um comentarista duma emissora televisiva concluiu que ambos tinham mentido com frequência nas respostas. Não sou da mesma opinião. Ambos estavam assessorados pelos advogados que lhes segredavam algumas respostas ou lhes lembravam factos ligados às perguntas que lhes apresentavam os representantes dos partidos na comissão de inquérito. Primeiro foi inquirido o primeiro. durante cerca de dez horas. Depois de um intervalo, foi a vez de Ricciardi, inquirido durante muito menos tempo talvez quatro ou cinco horas            
               Um dos inquiridos, Ricardo Salgado, aparentando calma, pausado, muito cuidadoso e lento nas respostas, pesando bem as palavras, ouvindo com muita frequência o que lhe dizia um dos advogados à sua direita. Ricciardi, mais pronto em todas as respostas, impetuoso, sem papas na língua, ouvindo o advogado que lhe assistia com muito menos frequência.
               Dois caracteres muito diferentes. A mim pareceu-me que, se ambos mentiram, o segundo
usou muito menos desse artifício ou engano.
               Das entrevistas parece que se definiram melhor para onde foi a dinheirama de todos aqueles passivos e começa a adivinhar-se o circuito desses capitais, as artimanhas da circulação dos mesmos. Oxalá que a comissão chegue breve a conclusões proveitosas para as futuras sentenças dos tribunais.
              O que no entanto ainda pretendo frisar é que os mais prejudicados nessas andanças e artimanhas, foram, como sempre, os mesmos: os com menos posses. Digam lá,  não é o dinheiro, a ganância, a ambição pela riqueza em dinheiro, em zeros á esquerda da vírgula, nas chorudas contas bancárias ?
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