Número total de visualizações de páginas

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Sociedade civil - 2 -

           Façam o seguinte para vos distrair um pouco nas vossas andanças pelo exterior: abordem a primeira pessoa que vos pareça simpática e depois dos bons dias, pergunte-lhe como vai a sua vidinha. As respostas são variadas mas na essência resume-se na maioria dos casos, neste género;
             - A minha vida, ora, vamos andando, mais ou menos bem, mais ou menos...
           Interroguei muitas pessoas talvez umas quarenta ou cinquenta,  Houve variantes interessantes, mas quase por norma não saindo da apatia, do desinteresse, do alheamento de que
falei ontem . Sempre tentava aprofundar o pensamento da pessoa que interrogava, falando-lhe da crise - a crise, sei lá o que sei é que cada vez tenho menos dinheiro e não me resolvem o assunto - mas, insisto eu, mas a senhora como acha que ficaria melhor o que deveria acontecer - eu não queria falar em governo, nem em partidos políticos , nem nos escândalos relatados nos jornais, nas revistas , nas televisões - ora, sabe o que eu acho - responde-me ela ou ele - o que eu acho é que assim não vamos a lado nenhum, a vida está cada vez pior..
             Mais adiante, se a pessoa não se despede com um "eu quero lá saber dessas coisas", mais adiante eu faço outra pergunta, sondando um pouco mais, tentando que a pessoa com quem falo, pense um pouco "nessas coisas". Mas o senhor não acha que tudo poderia melhorar, ser diferente, termos um pais melhor ? Ora, pois melhor era dantes, ao meu marido não lhe faltava trabalho, agora o filho não tem emprego e o pai reformou-se e mal dá para comermos os quatro lá em casa.
              Algumas vezes tenho perguntado se não poderíamos viver sem dinheiro. A resposta é sempre a mesma, com raras excepções: olhe, isso se calhar era bom, desde que tivéssemos outra coisas com que viver. Claro que eu não sigo com o tema. Parece-me que só numa sociedade civil muito avançada a maioria da população poderá conversar sobre esse tema.
               No presente, procurar que a maioria sinta a necessidade de sentir-se parte da sociedade civil, com organizações, agrupamentos, grupos que se reúnem com a frequência suficiente para discutir problemas importantes e encontrar soluções viáveis: será difícil mas devemos tentar. continuando e ampliando o que praticam muitas organizações que existem
(É provável que, como vou passar, em Lisboa, com a família, estes próximos dias antes e depois do Natal, talvez só lá para o dia vinte sete continuarei com esta conversa sobre a sociedade civil. Mas pensem no assunto.)

Sem comentários:

Enviar um comentário