Ali, na rua, começaram as surpresas, a rua mais larga que a sua rua, as casas mais altas que a casa dos pais, os barulhos maiores que os do quintal da casa da avó. Cruzando uma rua que vinha a subir lá de baixo, a rua da ribeira, ouviu a voz estentória dum homem que gritava na rua, lá em baixo, pondo as mãos na boca, em forma de trombone, dizendo uma data de nomes, de sardinhas, carapaus, safios e outros peixes que Fernando desconhecia.
- Óh Melinda porque é que ele está gritar tanto?
- Ora menine, praque as pessoas sabam o pêxe qhá ali na praça do pêxe!
- Onde é que o homem apanhou tanto peixe?
- Ora menine, o pêxe apanha-se no mar, donde havera de ser!
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