- Passaram pelo edifício Sarria, onde, em tempos antigos, a câmara municipal, o notariado e o registo civil tinhem o seu sítio. Nove horas, muita gente entrando, gente que trazia para ali muitos problemas, gente que ali vinha encontrar mais problemas, gente que para ali vinha descarregar preocupações: todos com o ar dos que estão atrasados para apanhar o comboio, sempre esquecendo que a vida também está dentro dos atrasos.
- Fernando seguia curioso, ainda não infectado pelos mistérios da burocracia e da organização política da nação - Melinda estas pessoas vivem todas aqui? - Não menine, venha menine, deixe lá as pessoas irem pra onde elas querem.
- E, deixando o largo entraram na parte estreita da Rua Direita, que ao contrário do que é costume pela força das circunstâncias e do destino, é bem recta e a parecer a Fernando mais comprida que o fio do carro de linhas que ele às vezes desenrolava lá em casa. Ao passar numa montra de chapéus - olha Melinda tantos chapéus, pra que é que aquele nomem lá dentro quer tantos chapéus, o papá só tem aquele que deixa sempre no bengaleiro ao pé da escada!- venha menine, assecola é logo ali naquela rua donde estamos chegande.
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sábado, 25 de março de 2017
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