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sexta-feira, 22 de junho de 2012
Visão perfurante
Cosegui por fim, obter visão perfurante.
Não foi fácil. Havia lido,num ensaio dum cientista japonês, que a visão perfurante se pode obter com menor esfôrço que aspirar uma brisa marítima. Desencantei o ensaio num periódico coreano, como sabem os coreanos odeiam os japoneses, o que os leva a criticar, motivados pela inveja, todos os avanços científicos que os investigaqdores japoneses anunciam. Algo assim como os jornalistas portugueses raferindo-se a nuestros hermanos espanhois. E êste artigo, o da visão perfurante foi um dos mais criticados. Mas aqui para nós, o método da visão perfurante é uma realidade.
Cheio de curiosidade e de interesse, consultei a imprensa científic a japonvesa. Encontrei por fim um artigo que descrevia, aos mais leigos, como pode ser obtida visão perfurante. E verifiquei que desta vez os coreanos não têem razão nas suas críticas. Segui todos os passos aconselhados pelo autor do artigo e, sem muito esfôrço, estou senhor de visão perfurante. Ainda com pouca prática, mas com resultados surpreendentes, após a aplicação do método.
A técnica consiste, em resumo.e sem comunicar mais pormenores que são essenciais, mas enfadonhos para os leigos que se interessem. por ver mais longe do que a sua vista alcança: fixa-se sem telescópios, microscópios, binóculos, lentes ou qualquer acessório, fixa-se um ponto numa paisagem ou num objecto onde pretendemos aplicar a nossa visão. Recomenda-se não aplicar a visão a uma pessoa ou animal, o nosso raio visual pode perturbar essa pessoa ou êsse animal e provocar uma reacção tempestuosa, da pessoa visada, um pedido de satisfações, uma imposição de duelo, um risco de vida; dum animal uma dentada, uma perseguição feroz, uma patada tratando-se dum quadrúpede.
Aplicada a visão num ponto do objecto a perfurar, em concentração profunda, ao fim de 47 segundos constatamos que estamos mirando o interior do objecto. Atenção: o tempo de 47 segundos é igual para qualquer indivíduo dotado de mediana inteligência e de razoável poder de concentração Mas basta um segundo de desvio e perde-se a perfuração.
Passo a descrever a minha primeira experiância de visão perfurante: fixei um ponto na parede do quarto andar esquerdo do prédio na minha frente. Ao fim dos quarenta e sete segundos via o interior daquela sala, o marido e a sua patrôa dormindo no sofá, a televisão ligada e transmitindo discursos na assembleia da república, o gato tigrino sentdo na carpete e lambendo as patas. A visão perfurante continuou a devassar o apartamento e passou á cozinha onde a empregada doméstica provava a sôpa, deitava sal na panela e misturava-o no caldo com uma colher de pau. Continuei concentrado e a visão passou à casa de banho onde um rapazote alto e magro abria o chuveiro e atirava para o esgòto a água ansabonetada com que completava a higiene.
Perante a vulgaridade do que ia observando, desconcentrei-me e regressei à visão normal.
Quando será que um investigador consiga descobrir a arte de aplicar a visão perfurante na alma duma mulher, dum político, dum poeta?
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