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domingo, 3 de junho de 2012

Folhetim - Sonho de sorte - 134 -

                                                                          LXX              



               O primeiro ministro, chegando ao seu gabinete no ministério, determinou ao secretário:
                         - Convoca com urgência o ministro das finanças e o ministro da administração interma para uma reunião, às dezasseis horas. Prepara-me um "dossier" com o essencial sobre a fundação que visitei, enquanto eu almoço. Deixa-o aqui na minha seretária.

                O PM abriu a reunião  marcada dizendo:
                        - Esta manhã fiz uma visita surpresa à fundação com a sede próximo do Dafundo, referida em tantos artigos de jormais, revistas e televisôes. Aqui trago o essencial da minha visita, peço-vos que o leiam. Confirmei a opinião generalizada de que aquela fundação iniciou uma obra notável, com reflexos marcantes nas populações dos concelhos que vem beneficiando. O senhor presidente da república, que me aconselhou esta visita, apoia uma decisão favorável do governo para a concessão duma subvenção a essa fundação, o que eu irei propor ao conselho de ministros no montante de um milhão de contos.
                 Os dois ministros entreolharam-se aguardando que o PM continuasse:
                       - Senhores ministros, tive conhecimento de diversas acções contra a FAP praticadas por serviços ligados aos vossos ministérios. De hoje em diante, suspendam-nas. Passaremos a conceder todo o apoio possível a essa fundação, falaremos mais tarde sobre isto. Aconselho-vos, logo que vos seja possível,  visitar essa fundação - disse, terminando a reunião com frieza inusitada.

                 Pouca demora houve na chegada à FAP das noícias sobre a reviravolta. As visitas de inspectores ou de polícias pelos mais variados motivos, cessaram por completo a partir do dia seguite.
                 Durante a manhã, informados do que ocorria na fundação, Fernando e Júllia, entusiasmados com a situação, encontraram-se com os colaboradors mais directos, comunicando as notícias e pedindo projectos e ideias novas para implementar.
                 No restaurante quase cheio, Júlia, interrompendo o almoço, pediu silêncio batendo ao de leve no megafone:
                           - Parece que as últimas boas notícias são conhecidas. A FAP deixou de ser perseguida, tudo leva a crer  que será cada vez mais respeitada. Temos de aproveitar a maré e  conseguir que esta não pare de subir. Ainda não sabemos a quem devemos a visita que ontem o primeiro ministro nos fez, devemos sabe-lo e agradecer. Esta obra da FAP começa a ser compreendida! - e Júlia, entusiasmada, continuou:
                           - A direcção propõe-se dar a conhecer a toddos os meios de comunicação, os projectos que temos em elaboração e os que foram entregues para aprovação. O mais importante para todos nós é o do que iremos chamar Centro Atlântico de Cultura e Inovação , se não surgir ideia melhor para o seu nome e que envolverá a construção da zona escolar, da zona de saúde e dum bairro habitacional.
              Ouviam-se alguns aplausos e palmas, de pronto interrompidas por Júlia:
                            - Os aplausos merecem ser concedidos a todos os colaboradores da FAP, o importante é a felicidade crescente que todos sentimos. É a maior riqueza  que vamos adquirindo e que  nenhuma crise poderá apagar.
              Todos sorridentes, caímos num silênco de segundos contados no nosso tempo, sem medida no tempo da alma, bem impressos no sentido da vida.

                                                                    ######

         Por fortuna estive presente nesse almoço. Por fim compreendi tudo. Compreendi a beleza e a razão da felicidade que via na cara de todos os que estabem no restaurante, desde os directores até aos colaboradores que exerciam as funções mais modestas, na FAP. Parecia que uma corrente selenciosa, mais intensa e vibrante que qualquer outra, prendia e fazia sorrir os que estavam no refeitório, com um perfume de sabedoria e exaltação, sem duração limitada, pelo meio do tempo e da vida de todos nós.
         Aqueles segundos de silêncio que a felicidade sentida iimpôs a todos de forma inconsciente, definiram um pouco do mistério do tempo. COmpreendi por fim porque Júlia e Fernando me haviam dito que, dar sem pensar, nos faz entrar, vivendo, noutra dimensão: a da alma.




                                                               EPÍLOGO

             Cinco anos depois, o Centro Atlàntico de Cultura e Inovação ficou completo.
             A FAP deixou de depender de prémios ou de jogos, vive das receitas próprias e das compensações que o governo lhe entrega pela dininuição do desemprego, pelo ensino nas suas escolas, pelos seus serviços de saúde. Disseminou a sua acção por outras regiões do país e implantou-se com sucesso no estrangeiro. Sempre com o mesmo espírito e irradiando a mesma felicidade que referi. E conseguindo a mesma união, voluntária e desprendida, de todos os beneficiados e colaboradores.
              Apareceram e aparecerão alguns inimigos, mais e mais beliscados dia a dia nos seus negócios, nas suas ideias, no seu orgulho e egoísmo. Talvez até nos tentem eliminar e eliminar a FAP. Com todos procurarei encetar a polémica, utilizando argumentos leais.
              Julgo ter deixado bem explícita a mensagem objecto deste livro: acabar com o dinheiro e diminuir a pobreza até que esta também acabe.
              Aceitam-se controvérsias, argumentos contra ou a favor, críticas. Não recusarei respostas, que serão dadas pela ordem de chegada das mensagens.

                                                                   F  I  M 
                
                                                               


















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