Terminou o meu folhetim. Aguardo as críticas. Importa-me que alguém diga, a propósito, que não interessa responder a fantasias. Mas eu gostaria de saber, desses cavalheiros, o que pensam do dinheiro. O mais provável é que me respondam, que não interessa pensar nisso(ou será que não interessa pensar?), que não se pode substituir, temos de viver dentro desse sistema do dinheiro, não existe outro melhor, etc.. Argumentos de quem não quer pensar nos malefícios que o dinheiro vem causando, desde que existe, sempre a mais e a mais habitantes, em qualquer parte da Terra. Se perguntamos a esses senhores se alguma vez leram ou se recordam o que disse Jesus Cristo no sermão da montanha, duvido que a resposta seja afirmativa ou que não seja do mesmo teor. Que foi uma fantasia, etc.. E que julgam, o que sentem dos que vivem não dependentes do dinheiro? Os que vivem não se sentindo perturbados com a conta bancária?
Que o sistema dos méritos é outra modalidade de dinheiro. Não é. Os méritos não se trazem no bolso, os méritos não se perdem pelas asneiras que outros senhores cometem, os méritos não se podem roubar.
Que será muito difícil e demorado passar para outro sistema e abandonar o do dinheiro. Não dizemos o contrário. O sistema do dinheiro não levou séculos a se implantar como existe nos dias de hoje? E o que existe nos dias de hoje, ao fim de mais de dois milénios? Existe um sistema, o do dinheiro, que dia a dia são mais prejudicados os que menos têem; um sistema que não promove uma grande difusão de conhecimentos, dessa forma camuflando e não explicando, para a maioria dos habitantes, tudo o que decretam sobre o dinheiro, todas as políticas e acções dos governos, sobre o dinheiro. Porquê a informação nos jormais, nas rádios e televisões, nunca explica senão ao de leve e poucas vezes o que significa inflação, os perigos dos bancos, as decisões sobre a moeda? E o que é que o dinheiro consegue que não se possa conseguir com o sistema dos méritos? De forma honesta, nada. de forma desonesta, muito. E se informassem hoje, os cidadãos, tal como aconteceu após o 25/4/1974, sobre as contas bancárias de quem tem mais de vinte ou trinta mil euros depositados?.
Nêsse tempo, até informaram que Salazar, ao fim de 48 anos de fascismo e de primeiro ministro, tinha 130 contos no banco. E exigem, com o que concordo, o seguro obrigatório contra terceiros, mas a quem tenha automóvel, não aos bancos, que têem e governam como lhes apetece, as contas que lá temos.
Querem um exemplo contundente? Ei-lo: porquê os bancos não têem um seguro que garanta aos depositantes os seus depósitos? Porquê não é provável que alguma companhia de seguros o faça?
Êsses senhores, que falam de fantasias, não falam nem explicam certas realidades. Querem um exemplo? Ei-lo: nunca disseram que quando um governo em Portugal, há dezanove anos, aumentou a quantidade de dinheiro em circulação, provocou uma inflação de 35% e ao mesmo tempo, com grande propaganda, concedeu magnânimamente 10% de aumento nos ordenados dos trabalhadores. Foi um roubo. Compreendem o roubo? Não explicaram que os que viviam do seu trabalho perderam 25% do poder aquisitivo do dinheiro que tinham e do que auferiam com o seu trabalho. O que compravam antes com cem passou a custar-lhes cento e trinta e cinco. E hoje, jactam-se com grandes parangonas do que fizeram nessa época. Sabendo-se que a isso foram forçados pelas asneiras dos governos, não lhes atribuindo nem sentindo qualquer responsabilidade.
Não querem que a população adquira mais conhecimentos e esteja mais informada, embora com enorme hopocrisia bradem que o governo deve informar bem.
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