A miuda puxava, insistindo, a saia da mãe, a mãe sabendo bem o que ela queria, estava habituada, era o quarto filho e todos queriam o mesmo quando puxavam a saia da mãe, no supermercado. Aos três anos de idade também ela se lembrava da saia que a mãe sempre levava ao supermercado, verde com riscas pretas, era a saia das compras, que lavava todos os domingos. Nunca punha calças, o marido torcia o nariz quando a via de calças, torcia o nariz em muitas ocasiões, era daquela qualidade de maridos que raro sorrriem para a mulher dentro de casa e que se agarram ao jormal depois do almoço e que sempre reclamava do cozido que estava morno, da sopa que estava salgada ou ensonsa, dos bifes que ele dizia sempre que eram da testa do boi ou do joelho da vaca.
Ao fim de vinte anos pensou que era tempo de começar a juntar dinheiro para comprar uma caçadeira.
Apesar da crise.
Sem comentários:
Enviar um comentário