Entrei naquela casa saindo pela porta que estava trancada e inviolável. Era uma daquelas portas reais e imaginárias, de materiais pesados e desconhecidos, construida, imaginem, com ferramentas que não existem, por isso, sem usar qualquer tinta, a porta ficou vermelha não de vcrgonha ou de esfôrço mas orgulhosa da sua grande qualidade, a de não fechar a entrada nem permitir a saida a qualquer animal, só se abrindo para não deixar entrar a dúvida, só se fechando para permitir entrar a vaidade. Os ventos não a fazem vibrar, as brisas não a incomodam, os tufoes só a arranham.A água deixa-a impassível, o f ôgo faz-lhe cócegas. Quando bate leve, levemente, não chama por mim, e ninguém diz que vai bater àquela porta porque aquela porta não chama por ninguém.
Aceito sócios para fabricar mais portas dessas.
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