Há sol por toda a parte, as nuvens, os trovões e as ventanias, obedeceram à ordem de se afastarem para lá dos horizontes. A palmeira jovem, em frente da minha janela, agita as folhas com a alegria do seu verde brilhante, pessoas saem do mercado e passam na rua orgulhosas dos sacos de compras e do sorriso que ostentam. É um outono atravessado de primavera, salpicado de verão e escondendo o inverno que se avizinha com a suave decisão da lagarta que anda pela folha do jacarandá. Apetece-me ir para a rua, abandonar a cadeira e o computador, orientar os meus passos para lugar que desconheço de tanto passar por êle. Penetrar mais uma vez no mistério e na beleza das coisas simples que me rodeiam lá fora, que me perturbam porque não as sinto, que me emocionam pela esperança de que surjam à frente da sombra que caminha á minha frente, Um grupo de gaivotas desce sobre os telhados, grasnando. E um grupo álacre, de estudantes, desce a avenida, lembrando a toda a gente que são jóvens, que a vida é dêles, que não devem nada a ningem.
Mas, vou. Porém, as andorinhas despareceram.
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