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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Viagem de arca - 4

            Sorria para a mina bisavó Josefa, que me disse:
               - Tu deves ser o meu bisneto Albertinho, que eu não via talvez há uns oitenta anos. Como penso que já sabes, aqui para onde vim não se pensa nem se fala do tempo. Tempo aqui não existe. Olha, tenho visto os teus pais que estão aqui muito contentes, o teu pai muito conversador, tenho-me divertido muito na sua companhia. E também com a tua mãe, mas ela gosta mais é de dançar e de pintar, não imaginas a quantidade de anjos e outros companheiros, aqui esperando que ela faça retratos deles.
               -  Mas minha bisavó conta-me alguma coisa da tua família dos teus pais, nada sei deles, e do tio João, teu filho.
               - Além do João e dos seus irmãos, tenho aqui sempre muitos parentes. O João, que depois te falará doutros nossos parentes, conta-me sempre que te sentava nos seus joelhos e que te contava anedotas brejeiras, lembras-te disso?
               - Lembro-me sim, minha bisavó Josefa.
               - Então diz-me lá uma!
               - Aqui vai:
                        " Homem morto é um defunto
                           Prato rachado é um caco
                           Pé de porco é um presunto
                           E o ôlho do cu, um buraco"                
        E o meu tio-avô João Ramos apareceu nesse momento, enquanto a bisavó Josefa desaparecia.

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