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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Viagem de arca - 6 -

                Abri a arca, Tinha fixado vários pontos na escuridão do interior da arca. Nada. Abri a arca, ninguém lá fora. Gostaria que me aparecesse a tia Berta, tia-avó irmã da minha avó materna. Bem, vou tentar de novo. Entrei na arca, o aroma a cânfora é muito mais intenso...
                      - Ah! Tia Berta, ouviu o meu pedido para que nos entrássemos aqui, como vai passando por estes sítios, conte-me, conte-me!
                     - Ouvi, sim, mas estava conversando, não podia sair do grupo sem me justificar. Olha, eu estranhei muito que não me procurasses durante tantos anos, vimo-nos a ultima vez num jantar de anos do meu sobrinho, o teu tio Frederico que veio cá parar queixando-se muito de forma como o trataram no hospital antigo de Portimão, tive noticia que agora têm um hospital novo onde eu sei que já foste operado a uma hérnia...
                      - A duas, tia Berta, a duas...
                      - Sim, eu sei, e também sei que também foste operado no hospital de Carnaxide, há pouco tempo, nem imaginas a quantidade de gente daqui que acompanhou a operação, salvaste-te por milagre, penso que foi pela força que fizemos, uma quantidade de médicos daqui tentavam ajudar o médico que te operou, o doutor  Calquinha, julgo que ele seguiu alguns conselhos que daqui lhe deram ...
                      - Sim tia Berta, há doze anos passei por isso!
                      - Ora que importa o tempo, os anos passam aí na Terra e nós não os sentimos e lembro-me que por vezes custavam tanto a passar em Lagoa!
                      - Tia-avó Berta, lembra-se do que a  tia sempre dizia nos anos de qualquer pessoa da família, na altura em que bebíamos o champanhe?
                      - Então não havia de me lembrar, se calhar tu é que não te lembras
                      - Lembro sim, tia, lembro muito bem!
                      - Ah sim? Então diz lá o que eu dizia.
                      - Era assim que a tia dizia, levantando o seu copo:" À saúde dos presentes e dos ausentes pertencentes aos presentes!". E a tia também usava muito a frase "anda cá!" quando interrompia alguém e queria falar...
                       - E ainda uso, aqui ninguém se cansa de falar, não imaginas como a conversa se transmite de antepassado para antepassado, dessa forma já conheci e falei com os meus tataravós até à trigésima geração, imagina que já falei com um antepassado do tempo de Jesus Cristo e não imaginas as histórias que tenho ouvido, isto na realidade é um paraíso para quem gosta de conversar, olha a tua mãe e o teu pai muito me acompanham nessas falações...
                       - Tia, conte-me algumas dessas histórias...
                       - Olha Albertinho, tenho um compromisso inadiável, depois quando cá chegares te contarei muitas.
            E a minha tia-avó Berta, perdeu-se na neblina muito densa, r    

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